Starliner volta à Terra após missão crucial para reputação da Boeing

Aterrissagem é bem-sucedida após passagem pela Estação Espacial; empresa enfrentou fracassos nos últimos anos

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Washington | AFP

A nave espacial Starliner, da Boeing, aterrissou nesta quarta-feira (25) no deserto do Novo México, nos Estados Unidos, após uma missão não tripulada considerada crucial para restaurar a reputação do gigante aeroespacial depois de vários fracassos.

Após seis dias de missão, a cápsula pousou na base de White Sands às 16h49 locais (19h49 do horário de Brasília). Sua descida foi freada por grandes paraquedas e, então, seus airbags foram inflados.

Cápsula no meio do deserto; pessoas abrem escotilha nela
Starliner após pouso no Novo México - Bill Ingalls/Nasa/AFP

"Simplesmente uma bela aterrissagem em White Sands nesta tarde", disse um locutor em uma transmissão ao vivo da Nasa, enquanto uma equipe de recuperação rapidamente se apressava em chegar ao local.

A missão Orbital Test Flight 2 (OFT-2) era o último obstáculo a ser superado pela Starline antes de levar humanos em outra missão de teste, que pode ocorrer ainda este ano.

O Starliner se acoplou à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) na última sexta-feira (20), um dia depois de decolar do Centro Espacial Kennedy, na Flórida.

Durante o fim de semana, os astronautas a bordo da plataforma de pesquisa abriram a escotilha e "cumprimentaram" os passageiros da cápsula: Rosie the Rocketeer, um manequim equipado com sensores, e um bicho de pelúcia chamado Jebediah Kerman, um personagem de videogame e indicador de gravidade zero da nave.

A espaçonave trouxe de volta mais de 270 kg de carga, incluindo tanques reutilizáveis que fornecem ar respirável para os membros da tripulação da estação. Os tanques serão reformados e levados novamente em um voo futuro.

Enquanto sobrevoava o Oceano Pacífico, a Starliner iniciou uma manobra de desorbitação e ejetou seu módulo de serviço descartável, deixando o módulo de tripulação restante para suportar temperaturas de cerca de 1.650°C durante a reentrada atmosférica.

Após perder a maior parte de sua velocidade, lançou uma série de paraquedas que culminaram em seus três gigantescos paraquedas principais, vermelhos, brancos e azuis. A 3.000 pés de altura, desprendeu-se de seu escudo térmico de base, revelando airbags que facilitaram um pouso suave.

No entanto, a missão não foi isenta de contratempos, que as equipes da Nasa e da Boeing planejam examinar minuciosamente para verificar se podem causar problemas no futuro.

Ainda assim, as falhas foram menores em comparação com os problemas que a Starliner teve durante seu primeiro lançamento de teste em 2019, quando um bug de software fez com que ele queimasse combustível demais para chegar ao seu destino, e outro quase destruiu o veículo durante a reentrada.

A Nasa busca certificar a Starliner como um segundo serviço de "táxi" para astronautas até a ISS, função já exercida pela empresa SpaceX, de Elon Musk, desde o sucesso em 2020 de sua missão de teste com a cápsula Dragon.

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