SpaceX adia lançamento do foguete Starship após problema em válvula

Dispositivo congelado nos minutos finais fez com que operação não prosseguisse; nova tentativa será 'em alguns dias', diz Musk

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

A SpaceX adiou o lançamento do Starship, foguete mais poderoso da história, que iria ocorrer nesta segunda (17). Um problema numa válvula que foi congelada durante a preparação do lançamento fez com que a empresa de Elon Musk optasse por não continuar com a operação.

Com a base de lançamento em Boca Chica, no Texas, a SpaceX havia marcado o lançamento para as 9h, no horário de Brasília. Mas a previsão mudou, e a empresa pretendia alçar voo às 10h20, o que não ocorreu após o problema técnico nos minutos finais da preparação.

Starship, foguete da SpaceX, na base de lançamento em Boca Chica, no Texas. Voo, que iria ocorrer nesta segunda (17), foi cancelado
Starship, foguete da SpaceX, na base de lançamento em Boca Chica, no Texas. Voo, que iria ocorrer nesta segunda (17), foi cancelado - Patrick T. Fallon/AFP

No Twitter, Elon Musk publicou sobre o ocorrido. "Uma válvula de pressurização parece estar congelada, portanto, a menos que comece a operar em breve, não haverá lançamento hoje", afirmou. A válvula realmente não funcionou, e o lançamento foi cancelado.

Musk, também na rede social, disse que haverá uma nova tentativa em alguns dias. Já a SpaceX não divulgou a nova data provável para o voo, mas afirmou, via Twiter, que "a equipe está trabalhando para a próxima oportunidade disponível".

O equipamento é considerado como o mais poderoso da históri a. Ele conta com 120 metros e bateu os recordes de capacidade em transporte espacial de mais de cem toneladas ao espaço –algo como levar um Boeing 747 com a área de carga cheia.

Ele supera, por exemplo, o SLS, lançado em novembro como o mais poderoso do mundo em operação, e o Saturn V, usado nos anos 1960 e 1970 pelo programa espacial americano para as missões lunares Apollo.

Se alcançar sucesso em outras tentativas, o primeiro voo Starship, na prática, muda as regras do jogo na competição entre as potências espaciais: até hoje, o esforço concentra-se em fazer satélites e cargas úteis tão pequenos e leves quanto possível. Agora, o diâmetro de nove metros e a capacidade para cargas maiores e mais pesadas promete tornar mais simples a construção de uma base na Lua, por exemplo.

Uma série de outras aplicações poderiam se tornar possíveis, como transporte de pessoas e carga ponto a ponto em qualquer lugar da Terra em menos de uma hora. O Pentágono, inclusive, considera a possibilidade de ter no Starship um transporte para suas operações militares.

A ambição da empresa de Elon Musk é que o sistema seja totalmente reutilizável, com os dois estágios (um propulsor, denominado Super Heavy, e a nave propriamente dita, Starship) capazes de pousar de forma autônoma.

O Starship já está contratado pela Nasa para fazer o transporte das missões Artemis 3 e 4, programa que pretende levar astronautas de volta à superfície lunar.

Ao definir que faria a aquisição de um módulo de pouso tripulado para o programa Artemis por meio de concorrência, a agência espacial americana deixou para trás designs mais conservadores (como o da Blue Origin, de Jeff Bezos) e empresas mais tradicionais (como a gigante Boeing) ao optar pelo programa da SpaceX.

O programa Starship nasceu como iniciativa independente da SpaceX, e com outro nome: Interplanetary Transport System. Trata-se do sistema com o qual Musk espera um dia promover a colonização de Marte.

Para isso acontecer, o custo de cada lançamento precisa cair drasticamente, o que só é possível se os veículos forem baratos, reutilizáveis, dispensarem grande manutenção entre voos, possam ser reabastecidos no espaço e sejam capazes de usar combustível facilmente produzido no planeta vermelho.

Foram esses os requisitos que nortearam a concepção do Starship: um veículo enorme, com nada menos que 33 motores no primeiro estágio (o maior número já usado em um um foguete), movidos a metano e oxigênio líquidos. Isso porque é simples produzi-los a partir de água e dióxido de carbono, dois recursos naturais fartamente disponíveis em Marte.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.