Gigantesco tubarão pré-histórico tinha sangue quente, mostra estudo

Cientistas chegaram a essa conclusão após análise da composição mineral, semelhante ao esmalte, do tecido do dente do megalodonte

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Will Dunham
Washington | Reuters

O megalodonte, um enorme tubarão que habitou os oceanos antigos e é uma estrela nos filmes modernos, recebeu esse nome por causa de seu "dente grande" —e por boas razões. Seus dentes serrilhados de até 18 cm de comprimento podiam rasgar qualquer presa no mar azul profundo.

Esses dentes agora estão fornecendo uma compreensão mais completa desse predador extinto, com uma análise da composição mineral de seu tecido, semelhante ao esmalte, confirmando que o megalodonte tinha sangue quente — característica que os cientistas suspeitam ter contribuído para seu tremendo sucesso e eventual queda.

Ilustração de um tubarão gigante já extinto, o megalodonte, prestes a engolir uma foca inteira
Ilustração de um tubarão gigante já extinto, o megalodonte, prestes a engolir uma foca inteira - Alex Boersma/PNAS/via Reuters

Os pesquisadores estimaram que o megalodonte, que atingiu pelo menos 15 metros e possivelmente 20 metros de comprimento, ostentava uma temperatura corporal média geral de cerca de 27 graus Celsius e poderia mantê-la a cerca de 7 graus acima da temperatura da água ao seu redor enquanto caçava mamíferos marinhos, incluindo baleias.

Isso pode ter tornado o megalodonte um predador mais dinâmico, um forte nadador capaz de digerir alimentos de maneira energeticamente eficiente e, mais importante, tolerar águas mais frias, permitindo que ele ampliasse seu alcance para quase todo o mundo.

A maioria dos peixes tem sangue frio (ectotérmicos), com temperaturas corporais iguais às da água ao redor. Alguns, no entanto, são de sangue quente (endotérmicos) e geram seu próprio calor corporal. Os exemplos incluem certos tubarões, incluindo o tubarão-branco, o maior dos modernos.

"As únicas espécies vivas comparáveis hoje em termos de dieta e temperatura corporal são o grande tubarão-branco e, em menor grau, o tubarão-mako. Embora, como mostrado em nosso estudo, o megalodonte fosse um pouco mais quente do que esses dois modernos superpredadores, o que torna o megalodonte único", disse o geoquímico e paleoclimatologista Michael Griffiths, da Universidade William Paterson, em Nova Jersey, principal autor da pesquisa publicada na revista PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences).

O megalodonte, talvez o maior tubarão de todos os tempos, surgiu há cerca de 23 milhões de anos e desapareceu há cerca de 3,6 milhões de anos em meio ao declínio das temperaturas oceânicas e do nível do mar.

O sangue quente pode ter sido útil para o megalodonte em águas frias.

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