Gravuras rupestres do Neandertal de mais de 50 mil anos são encontradas em caverna francesa

Gravuras, também chamadas de "finger-flutings", são anteriores à chegada do Homo Sapiens à Europa Ocidental

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RFI

As mais antigas gravuras rupestres conhecidas na França –e, possivelmente, na Europa– foram descobertas no Vale do Loire, no centro da França, onde os pesquisadores encontraram desenhos que datam de pelo menos 57 mil anos, na época dos Neandertais.

De acordo com as descobertas, relatadas na revista americana PLOS One, as gravuras, também chamadas de "finger-flutings", são anteriores à chegada do Homo Sapiens à Europa Ocidental.

Elas aparecem em seções da parede mais longa e uniforme de uma caverna em La Roche-Cotard, no centro da França.

Visitantes observam representação de um neandertal disposta em museu na França - Pierre Andrieu - 2.jul.08/AFP

Os desenhos abstratos foram "claramente intencionais" e deram uma "contribuição nova e muito importante para o nosso conhecimento do comportamento neandertal", escreveu a equipe de pesquisa.

"O layout dessas entidades gráficas não figurativas é uma composição organizada e deliberada e é o resultado de um processo de pensamento que dá origem a um design e intenção conscientes."

A caverna Roche-Cotard foi descoberta perto de Tours, na região central da França, em 1846, mas permaneceu praticamente inacessível até 1912, quando o proprietário do local limpou o lodo que havia bloqueado a entrada durante milhares de anos.

Extensas escavações arqueológicas começaram então em 2008, com técnicas de datação que comprovam que as gravuras foram feitas antes que os ancestrais dos humanos modernos tivessem se estabelecido na área.

"As gravuras foram datadas de mais de 57 mil anos atrás e, graças à estratigrafia, comprovou-se que algumas datam de provavelmente cerca de 75 mil anos atrás, tornando essa a caverna com os ornamentos pré-históricos mais antigos da França, se não da Europa", escreveram os autores em um comunicado de imprensa.

A maioria das imagens foi traçada com o dedo e "representa desenhos não figurativos", de acordo com uma declaração do instituto de pesquisa CNRS da França e da Universidade de Rennes, que participaram da pesquisa.

"Algumas são bastante simples, com impactos de dedos em torno de um grande fóssil fixado na rocha ou linhas longas em uma grande superfície, enquanto outras são mais elaboradas."

(Com agências)

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