James Webb deve bater novamente recorde de observação da galáxia mais distante

Registro atual refere-se à JADES-GS-z13-0, que estamos vendo agora como ela era apenas 330 milhões de anos após o Big Bang

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São Paulo

O principal objetivo do Telescópio Espacial James Webb sempre foi o de expandir as fronteiras observacionais do Universo, mergulhando nas profundezas do cosmos para ver como ele era entre 500 milhões e 200 milhões de anos após o Big Bang. A luz que remonta a esse passado remoto foi tão distorcida em seu caminho para a Terra que só pode ser vista em infravermelho, justificando a escolha no design do novo telescópio.

Com efeito, a revolução começou quase instantaneamente, com a divulgação da primeira imagem científica, há um ano. O Webb rapidamente bateu o recorde de observação da galáxia mais distante, mais de uma vez, e deve batê-lo de novo no futuro. O atual diz respeito à galáxia JADES-GS-z13-0, que estamos vendo agora como ela era apenas 330 milhões de anos após o Big Bang.

As quatro galáxias mais distantes já identificadas pelo Telescópio Espacial James Webb
As quatro galáxias mais distantes já identificadas pelo Telescópio Espacial James Webb - Jades/Goods-S/JWST/NIRCam/Nasa

No começo de julho, astrônomos anunciaram a descoberta, com o Webb, do buraco negro supermassivo ativo mais distante já detectado. A exemplo de seus colegas, ele mora no coração de uma galáxia e está sendo visto agora como era quando o Universo tinha apenas 570 milhões de anos. E o interessante é que se trata de um buraco negro desse tipo que é relativamente pequeno, com 9 milhões de vezes a massa do Sol —comparável ao também diminuto morador do centro da Via Láctea, que tem 4,6 milhões de vezes a massa do Sol.

A esperança dos pesquisadores é continuar encontrando exemplares como esse nas profundezas do espaço, a fim de reconstruir a história inicial de formação das primeiras galáxias e de seus buracos negros supermassivos, numa época em que o Universo, recém-saído do Big Bang, era bem diferente do que é hoje.

"Já aprendemos com o Webb que há mais galáxias no passado remoto do que esperávamos e elas são mais brilhantes do que esperávamos", diz Jane Rigby, astrofísica do Centro Goddard para Voo Espacial da Nasa e cientista-sênior do Webb. "O que estamos descobrindo é que as galáxias se formaram mais cedo do que imaginávamos e formavam mais estrelas. Estamos obtendo uma visão linda de como as galáxias se formaram e se organizaram —e essa era a demanda científica que levou ao telescópio."

Enquanto os cientistas trabalham nos dados colhidos durante o primeiro ano de observação, o calendário já está preenchido para o segundo ano. "Selecionamos um conjunto ambicioso de observações para o ano dois, que avançam sobre tudo que aprendemos até agora", diz Rigby. "A missão científica está apenas começando —ainda há muito mais por vir."

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