A Rússia culpou nesta terça-feira (3) o mau funcionamento de uma unidade de controle a bordo pela queda de seu módulo de pouso na Lua em agosto. Além disso, o país disse que pode acelerar o cronograma de duas outras missões.
A primeira missão lunar da Rússia em 47 anos fracassou em 19 de agosto com a queda de sua espaçonave Luna-25, acabando com as esperanças de Moscou de superar a Índia no inexplorado polo sul da Lua. Uma espaçonave indiana aterrissou no local pouco depois, em 23 de agosto.
A agência espacial estatal Roscosmos disse que a unidade de controle não funcionou corretamente ao não desligar o sistema de propulsão, que disparou por uma vez e meia a mais do que o necessário enquanto a nave se dirigia para a Lua.
O chefe da Roscosmos, Yuri Borisov, disse que uma comissão de investigação havia concluído seu exame do que deu errado e estava preparando um relatório para o governo.
Ele afirmou que a Rússia estava determinada a seguir em frente com seu programa de exploração da Lua. "Além disso, estamos considerando a possibilidade de adiantar as missões Luna-26 e Luna-27 para obter os resultados de que precisamos o mais rápido possível."
Ele não revelou, entretanto, quando essas missões poderão ser realizadas.
A Rússia já havia dito anteriormente que a Luna-26 será uma missão orbital e a Luna-27, um módulo de pouso com uma plataforma de perfuração. A Rússia e outros países estão interessados em estabelecer a extensão da água congelada perto do polo sul da Lua, que poderia sustentar a presença humana no futuro.
Segundo a Roscosmos, sua análise preliminar do acidente de agosto mostrou que, "ao emitir um pulso corretivo para transferir a espaçonave de uma órbita lunar circular para uma órbita elíptica de pré-pouso, o sistema de propulsão da Luna-25 funcionou por 127 segundos em vez dos 84 segundos planejados.
A causa mais provável foi o mau funcionamento do sistema de controle de bordo na unidade de medição de velocidade angular da espaçonave devido a comandos de dados incorretos. Como resultado, o sistema de propulsão não foi desligado quando necessário.
O Kremlin minimizou o fracasso da missão, dizendo que a Rússia continuará a buscar planos ambiciosos no espaço.
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