Descrição de chapéu astronomia Estados Unidos

Nasa adia o retorno de cápsula da Boeing para mais verificações técnicas

Starliner, que está acoplada à ISS, enfrenta falhas em propulsores, vazamentos de hélio e problemas com válvulas

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Joey Roulette Mrinmay Dey
Reuters

A Nasa adiou novamente o retorno à Terra da cápsula Starliner, que está na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) com sua primeira tripulação de astronautas. O objetivo é ter mais tempo para a revisão de questões técnicas, disse a agência na sexta-feira (21).

A agência não definiu uma nova data, levantando dúvidas sobre o momento do retorno dos dois astronautas na primeira missão tripulada da Starliner, que inicialmente estava marcada para 14 de junho e, depois, para 26 de junho.

Uma cápsula flutua no espaço, com a curvatura da Terra e a fina camada da atmosfera delineando o horizonte abaixo.
A espaçonave Starliner, da Boeing, com os astronautas da Nasa Butch Wilmore e Suni Williams a bordo, se aproxima da Estação Espacial Internacional para uma acoplagem autônoma - Nasa

"Os gerentes da missão estão avaliando futuras oportunidades de retorno após as duas caminhadas espaciais planejadas para 24 de junho e 2 de julho", informa Nasa em um comunicado.

Os astronautas norte-americanos Butch Wilmore e Suni Williams decolaram em 5 de junho como uma demonstração final para obter a certificação de voo rotineiro da Nasa.

"Estamos levando nosso tempo e seguindo nosso processo padrão de equipe de gerenciamento de missão", afirma Steve Stich, gerente do programa de tripulação comercial da Nasa.

"A Starliner está se desempenhando bem em órbita enquanto acoplada à estação espacial", cita Stich, acrescentando que o tempo adicional proporcionará "insights valiosos" sobre atualizações do sistema para futuras missões.

O teste tripulado da espaçonave, que foi levada ao espaço duas vezes desde 2019 sem humanos a bordo, encontrou cinco falhas de seus 28 propulsores de manobra, cinco vazamentos de gás hélio destinados a pressurizar esses propulsores e uma válvula de propelente de movimento lento que sinalizou problemas não resolvidos do passado.

Os problemas e os testes adicionais realizados pela Nasa e pela Boeing levantam dúvidas sobre quando exatamente a tripulação da Starliner poderá fazer a viagem de retorno, de aproximadamente seis horas.

A Boeing gastou US$ 1,5 bilhão em custos adicionais além de seu contrato de desenvolvimento, de US$ 4,5 bilhões, com a Nasa.

A Nasa quer que a Starliner se torne uma segunda espaçonave dos EUA capaz de transportar astronautas para a ISS, ao lado da Crew Dragon da SpaceX, seu meio de transporte principal desde 2020.

Mas o programa Starliner da Boeing tem enfrentado falhas de software, problemas de design e disputas com subcontratados há anos.

Quando a Starliner chegou nas proximidades da estação espacial para acoplar em 6 de junho, as cinco falhas dos propulsores impediram uma aproximação mais próxima da espaçonave até que a Boeing fez uma correção.

A empresa reescreveu o software e ajustou alguns procedimentos para reviver quatro deles e prosseguir com a acoplagem.

A desacoplagem da Starliner e seu retorno à Terra representam as fases mais complicadas da missão de teste da espaçonave.

Funcionários da Nasa disseram que querem entender melhor a causa das falhas dos propulsores, do problema da válvula e dos vazamentos de hélio antes que a Starliner inicie seu retorno.

Embora apenas um propulsor permaneça inativo no voo atual da Starliner, a Boeing encontrou quatro problemas com os propulsores durante o retorno não tripulado da cápsula do espaço em 2022.

As regras de voo estabelecidas pela Boeing e pela Nasa exigem que os propulsores de manobra da Starliner permitam "seis graus de liberdade de controle", no mínimo, e cada um tem um propulsor de backup, afirma um porta-voz da Nasa à Reuters.

Isso pode significar que pelo menos 12 dos 28 propulsores, a maioria deles backups, são necessários para um voo seguro.

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