Starliner, da Boeing, deve desacoplar da ISS e voltar à Terra só no próximo dia 22

Originalmente, retorno da cápsula com astronautas era previsto para esta sexta-feira (14)

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Washington | Reuters

A cápsula Starliner, da Boeing, tem uma nova previsão para desacoplar da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) e voltar à Terra com dois astronautas: o próximo dia 22. A Nasa fez o anúncio nesta sexta-feira (14).

Inicialmente, o retorno estava programado para ocorrer nesta sexta (14). Depois, passou para dia 18, para que pudessem ser analisados alguns problemas com potencial para afetar a volta da nave.

Os astronautas da Nasa Barry Eugene Wilmore, o comandante da missão, e Sunita Williams, a piloto, foram lançados a bordo do Starliner no dia 5 deste mês e chegaram à ISS no dia seguinte. No voo, de 24 horas, a espaçonave enfrentou quatro vazamentos de hélio e cinco falhas de seus 28 propulsores de manobra.

Uma cápsula flutua no espaço, com a curvatura da Terra e a fina camada da atmosfera delineando o horizonte abaixo.
Cápsula Starliner se aproxima da Estação Espacial Internacional (ISS), à qual se acoplou no último dia 6 - Nasa

"O tempo extra permite que a equipe finalize o planejamento e as operações de partida enquanto a espaçonave permanece liberada para cenários de retorno de emergência da tripulação dentro das regras de voo", disseram a Nasa e a Boeing em um comunicado.

Elas estão mirando uma partida não antes de 22 de junho, mas deixando aberta a oportunidade para mais extensões de tempo. A Starliner, embora projetada para missões de seis meses no futuro, pode permanecer acoplada à ISS por até 45 dias durante sua missão atual.

O retorno à Terra deve durar cerca de seis horas e ter como alvo um local no deserto de Utah, Novo México, ou outras localizações, a depender das condições climáticas.

O primeiro voo da Starliner com astronautas é um teste crucial final em um programa muito atrasado e acima do orçamento antes que a Nasa possa certificar a espaçonave para missões rotineiras de astronautas e adicionar um segundo veículo tripulado dos EUA à sua frota, ao lado da Crew Dragon, da SpaceX.

A cápsula, durante seu tempo acoplada à ISS, enfrentou mais problemas. Um quinto vazamento de hélio —usado para pressurizar os propulsores do sistema de propulsão da Starliner— surgiu e, separadamente, uma válvula de oxidante ficou presa, de acordo com a Nasa.

Esses problemas em voo seguem anos de outros desafios que a Boeing enfrentou com a Starliner, incluindo uma falha no teste não tripulado de 2019, quando dezenas de falhas de software, problemas de design e questões de gerenciamento anularam sua capacidade de acoplar à ISS. Um teste não tripulado repetido em 2022 teve sucesso ao acoplar.

Se tudo correr como planejado com o retorno de dois astronautas à Terra pela Starliner, a Boeing ainda tem outros desafios antes de tornar a espaçonave operacional e levá-la ao mercado para outros clientes.

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