Alvaro Costa e Silva

Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

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Alvaro Costa e Silva

Os golpistas continuam

Rogério Marinho concorreu à presidência do Senado de olho no impeachment de ministros do STF

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A eleição para a presidência do Senado mostrou como a extrema direita irá se comportar ao fazer oposição ao governo Lula. A ideia é criar artificialmente um clima de radicalização, de terceiro turno interminável no país. Bate-bocas, ameaças, cartazes com provocações de moleque da quarta série, barulho, agitação e, claro, um chorrilho de mentiras nas redes sociais.

Um dia antes da votação, Bolsonaro aproveitou um evento público num restaurante da Flórida (cuja entrada custava de US$10 a US$50, dependendo da proximidade em relação ao palco) para mandar um recado aos cupinchas. Como de praxe, mais uma declaração golpista: "Pode ter certeza, em pouco tempo teremos notícias. Se esse governo continuar na linha que demonstrou nesses primeiros 30 dias, não vai durar muito tempo". Só faltou dar o prazo de 72 horas, como faziam os terroristas acampados em frente aos quartéis.

O eleitorado de Rodrigo Pacheco –que acabou reconduzido ao cargo com folgada margem de votos (49 a 32)– foi bombardeado pelo gabinete do ódio, que voltou a acionar a tropa de robôs e a patrocinar postagens com desinformação na internet. Na terça-feira (31), se você fizesse uma busca no Google com o nome do candidato bolsonarista aparecia em primeiro lugar uma mensagem falsa: "Rogério Marinho é eleito presidente do Senado".

Para os adeptos do jornalismo declaratório, Marinho se vendeu como um democrata interessado na conciliação nacional. Nos bastidores, porém, pregava o impeachment de ministros do STF. Sobretudo o de Alexandre de Moraes, envolvido agora numa história confusa, contada pelo senador Marcos do Val, na qual Bolsonaro, de chinelos e bermuda, trama mais uma etapa do golpe.

Na Câmara, deu a pule de dez. Sem saída, Lula resolveu não comprar briga com o soberano das Alagoas. Mesmo sabendo que Arthur Lira poderá ser mais perigoso para ele do que Eduardo Cunha foi para Dilma.

Eduardo Cunha ao ser preso, em 2016 - Heuler Andrey/AFP

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