Descrição de chapéu Folhajus TSE

Valdemar vê injustiça do TSE e diz que Bolsonaro será 'eleitor mais forte' em 2024 e 2026

Ex-presidente foi condenado à inelegibilidade até 2030

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Brasília

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, classificou, nesta sexta-feira (30), como injusta a decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de declarar Jair Bolsonaro (PL) inelegível, e disse que ele será o "eleitor mais forte da nação" nas eleições de 2024 e 2026.

O ex-presidente, 68, estará apto a se candidatar novamente em 2030, aos 75 anos, ficando afastado portanto de três eleições até lá.

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Bolsonaro e Valdemar Costa Neto durante evento do PL Mulher, em São Paulo - Marlene Bergamo - 6 mai. 2023/Folhapress

"Não tem como acreditar no que está acontecendo: a primeira vez na história da humanidade que um ex-presidente perde os direitos políticos por falar. Vamos trabalhar dobrado e mostrar nossa lealdade ao Presidente Bolsonaro. Podem acreditar que a injustiça de hoje será capaz de revelar o eleitor mais forte da nação", disse no Twitter.

"E o resultado disso será registrado nas eleições de 2024 e 2026. Mais do que nunca, o Brasil precisa de força. É hora de superação. Bolsonaro é o maior líder popular desde a redemocratização e vai continuar sendo", completou.

Bolsonaro se filiou ao PL no ano passado. Hoje é presidente de honra do partido, e sua esposa, Michelle Bolsonaro, comanda o PL Mulher.

O ex-vice presidente da República Hamilton Mourão (Republicanos), hoje senador pelo Rio Grande do Sul, comparou a inelegibilidade de Bolsonaro à perda do mandato de deputado federal de Deltan Dallagnol, ex-procurador da Lava Jato.

"Assim, a justiça eleitoral do Brasil se notabiliza por cassar a vontade popular, como fez com Deltan Dallagnol agora faz com Jair Bolsonaro. 'Oh, Tempora, Oh Mores'…", escreveu Mourão, em referência ao presidente do TSE, Alexandre de Moraes.

Ex-ministros de Bolsonaro usaram as redes sociais para comentar a decisão da Justiça Eleitoral. O senador e ex-ministro da Casa Civil Ciro Nogueira (PP-PI) afirmou que "podem ferir o presente", mas não "proibir o amanhã".

"A esperança está mais viva do que nunca. A esperança de um Brasil mais soberano, de um sonho que hoje sabemos que pode ser realidade. Alguns irão dizer: só nos resta a esperança. Outros dirão: a esperança é tudo. Não precisamos de mais nada", declarou pelas redes sociais.

Apontada como uma das possíveis sucessoras de Bolsonaro, a senadora e ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina (PP-MS) disse que a decisão não anula a liderança de Bolsonaro. "É difícil não lamentar a inelegibilidade de Bolsonaro. Ele foi a escolha de 58 milhões de brasileiros em 2022."

Bolsonaristas evitam críticas diretas ao TSE, mas afirmam que o ex-presidente é alvo de uma decisão política —e não jurídica.

"Nunca seria pelo mérito, mas pela motivação. Estaremos ainda mais fortes e de pé pelo Brasil e pelas liberdades políticas e individuais", afirmou em nota o líder do PL no Senado, Carlos Portinho (RJ).

O líder da oposição no Senado e ex-ministro Rogério Marinho (PL-RN) manifestou solidariedade a Bolsonaro e disse que vai defender o "legado" do governo passado.

"Quero expressar a minha solidariedade para com aquele que transformou o Brasil e despertou o amor pela pátria em todo o país", disse o senador pelas redes sociais.

"Como líder da oposição no Senado, tenho a responsabilidade de defender o legado econômico que nos tirou da maior recessão de nossa história, os valores da família, a vida desde a concepção, o combate à descriminalização das drogas e a defesa das liberdades."

Outro ex-ministro de Bolsonaro, o senador Marcos Pontes (PL-SP) escreveu após o voto do ministro Alexandre de Moraes que o Brasil está "em luto pela democracia".

Na Câmara dos Deputados, aliados articulam um projeto de lei para anistiar o ex-presidente. Reservadamente, no entanto, deputados federais reconhecem que as chances são nulas, e encaram o movimento como um gesto simbólico de apoio.

Segundo a assessoria do deputado federal Sanderson (PL-RS) —autor da proposta—, o texto recebeu o apoio de 29 dos 513 deputados federais até o momento.

Apesar das manifestações a favor de Bolsonaro, caciques políticos já davam a inelegibilidade de Bolsonaro como certa há meses e vinham discutindo seus sucessores.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), têm sido citados.

Já o PP de Ciro Nogueira tem aventado junto à União Brasil o nome do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), e de Tereza Cristina. Outro mencionado é o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD).

"Eu acho que esse resultado não tem nenhum impacto maior do que reciclar o confronto que existe no Brasil. O assunto não só não terminou, como vai se desdobrar", afirma o senador Esperidião Amin (PP-SC), ressaltando que a decisão ainda será alvo de recursos.

"Eu acho que essa decisão, além de recursos nacionais ao Supremo em função de aspectos constitucionais, vai prestigiar muito as lições do [Cristiano Zanin]: teremos ações em todas as cortes internacionais possíveis", diz, em referência ao movimento do advogado do presidente Lula (PT) e futuro ministro do STF.

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