Alvaro Costa e Silva

Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Alvaro Costa e Silva

Com a mesma tacada, Paes vai encaçapando Ramagem e Castro

Perdido, governador muda outra vez cúpula da segurança

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Cláudio Castro mexeu mais uma vez na cúpula da segurança. Exonerou o delegado Marcus Amin, secretário de Polícia Civil, e o coronel Leandro Monteiro, secretário de Defesa Civil e comandante-geral do Corpo de Bombeiros. Classificou as mudanças como "decisões de caráter pessoal", mas fica difícil separá-las do contexto das eleições municipais.

Eduardo Paes –que tenta a reeleição e é favorito nas pesquisas– conseguiu fugir da nacionalização da campanha apostando em outro viés: a estadualização da disputa. A estratégia é vincular Alexandre Ramagem, candidato do bolsonarismo, a Cláudio Castro, mal avaliado na cidade e cujo governo está perdido no combate à violência. "Castro é Ramagem, o Wilson Witzel das eleições de 2024. São os responsáveis pela segurança pública do Rio", disparou Paes em suas redes sociais.

Delegado conhecido por fazer comentários em programas de televisão, Marcus Amin ficou menos de um ano no cargo. No modelo de alta rotatividade, foi o quarto secretário de Polícia Civil constituído pelo governador. Sua nomeação só ocorreu depois que a Alerj aprovou um projeto de lei complementar para mudar a lei orgânica da corporação. Amin só havia atuado como delegado por dez anos, a regra anterior exigia 15.

Nos bastidores do Palácio Guanabara, dão como favas contadas que as indicações para a segurança partem do presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar. Daí os atritos internos. O ex-secretário de Polícia Civil José Renato Torres foi retirado do cargo após sinalizar a Castro que não acataria ordens de deputados da base do governo para nomeações em delegacias.

Sombra de Cláudio Castro e de ascensão meteórica na política fluminense, Rodrigo Bacellar trabalha para concorrer ao governo do estado daqui a dois anos. Para cacifar-se, estreitou os laços com o clã Bolsonaro. Por enquanto, ganhou a medalha de imbrochável.

O movimento esbarra de novo em Eduardo Paes, que deverá ser candidato em 2026 com apoio de Lula. Paes garante que não, comprometendo-se a concluir o mandato de prefeito se vencer a eleição. "Juro pelo Vasco e pela Portela", diz ele. Mas quem acredita?

Eduardo Paes no Carnaval de 2024; Bolsonaro e Ramagem, em ato de campanha à Prefeitura do Rio - Pablo Porciúncula/AFP; Eduardo Anizelli/Folhapress

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.