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Os planos para o funeral da rainha Elizabeth 2ª

O tema é quase um tabu na Inglaterra

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O príncipe Philip, ao sair do hospital Papworth, em 2011
O príncipe Philip, ao sair do hospital Papworth, em 2011 - Neil Hall - 27.dez.2011/Reuters

O recente acidente automobilístico envolvendo o príncipe Philip, de 97 anos, em Norfolk, na Inglaterra, certamente forçou vários serviçais da monarquia britânica a reverem os planos para os inevitáveis funerais reais.

O tema é quase um tabu na Inglaterra.

Os súditos da coroa não gostam de falar sobre a possibilidade de morte dos membros da família real, especialmente do príncipe Philip e da reverenciada rainha Elizabeth 2ª, de 92 anos.

Mas todos sabem que o Palácio de Buckingham tem, desde a década de 1960, um planejamento detalhado para os dias que vão se seguir à morte da monarca mais longeva do mundo.

E jornalistas publicaram nos últimos meses vários artigos dando detalhes desses planos.

A primeira pessoa a ser informada do evento será o secretário privado da rainha, Edward Young, o funcionário mais graduado do Palácio de Buckingham e o mais próximo de Elizabeth 2ª.

O secretário vai avisar imediatamente, por meio de linguagem cifrada, o(a) primeiro(a)-ministro(a) do dia.

Segundo a imprensa britânica, o código da mensagem seria “London Bridge is down” (ou “a Ponte de Londres caiu”).

Mas é muito provável que a mensagem já tenha sido trocada, uma vez que caiu no domínio público.

Quando o rei George 6º morreu, em 1952, o código usado foi simplesmente “Hyde Park Corner” –numa referência à área de Londres localizada nas proximidades do famoso parque da cidade.

Logo na sequência, serão avisados pelo serviço diplomático todos os chefes de governo do Commonwealth, a comunidade britânica de países que tem a rainha como sua grande líder.

Só depois disso tudo, será feito um anúncio oficial ao mundo através da mídia britânica –que imediatamente vai adotar um tom sóbrio, com rádios tocando música clássica ou neutra e TVs provavelmente com tarjas pretas na tela mostrando vários documentários sobre a vida da soberana. 

O país vai ficar oficialmente de luto por 12 dias e o corpo da rainha será levado inicialmente ao Palácio de Buckingham para a despedida dos familiares.

Depois, será transferido para o Palácio de Westminster, o parlamento britânico, onde ficará por pelo menos quatro dias para os súditos darem o último adeus.

Espera-se que uma enorme multidão passe pelo parlamento nesses quatro dias. Incluindo dezenas de chefes de estado e de governo de todo o mundo.

As cerimônias serão presididas pelo arcebispo da Cantuária, o líder religioso da Igreja Anglicana –que tem a própria rainha como sua chefe máxima.

Enquanto isso, o príncipe Charles já será considerado rei. A sua coroação, no entanto, vai acontecer apenas vários meses depois da morte da mãe.

Já como rei, Charles vai visitar quase imediatamente os quatro países que formam o Reino Unido: a própria Inglaterra, a Escócia, a Irlanda do Norte e o País de Gales.

Em cada ponto, ele vai receber as condolências em nome da família real.

O dia do enterro da rainha será feriado nacional e o mercado financeiro fechará.

É muito provável que Elizabeth 2ª seja enterrada na capela de São Jorge, no Castelo de Windsor, onde a rainha-mãe e o rei George 6º também estão.

Apesar de tudo isso, todos esperam sinceramente que a rainha ainda viva por muitos e muitos anos. Afinal, ela é um símbolo nacional e um dos fatores de união do maravilhoso Reino Unido.

Long live the queen!

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