Ana Cristina Rosa

Jornalista especializada em comunicação pública e vice-presidente de gestão e parcerias da Associação Brasileira de Comunicação Pública (ABCPública)

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Ana Cristina Rosa

De olhos bem abertos

Sub-representação contribui para manter fora de foco temas relevantes

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A ampliação da representatividade de gênero e de raça na política após as eleições de 2020 carrega o simbolismo da superação de barreiras historicamente impostas por uma sociedade na qual a política ainda não é considerada coisa de mulher e tampouco lugar de negro.

Para além da celebração das vitórias eleitorais, cabe destacar que se faz necessária a manutenção de um olhar atento e vigilante na direção do que ocorre no âmbito dos municípios brasileiros.

As agressões racistas e as ameaças criminosas sofridas por várias das vereadoras negras empossadas expõem o grau de urgência em zelar não só pela segurança delas, mas também pela garantia do pleno exercício democrático de seus mandatos, respeitando a soberania do voto.

Somam-se a isso as tentativas de desqualificação das novas lideranças negras, a maioria de origem popular, que já foram taxadas de despreparadas e de inexperientes, a despeito do grau de educação formal que possuam.

Outro ponto que chama a atenção é a não inclusão de pessoas negras na composição das mesas diretoras das Câmaras Municipais, ao menos nas principais cidades. O mesmo ocorre nos primeiros escalões das administrações municipais, nos quais a diversidade não é a regra.

Extrapolando fronteiras, é um contraste enorme com o que ocorreu na composição do novo governo dos EUA, país onde os negros são apenas cerca de 13% da população. No Brasil, pretos e pardos compõem 54% do povo.

É fato que os prefeitos têm todo o direito e a liberdade de formar suas equipes como bem entenderem dentro dos limites da legalidade. Mas como gestores, podem desempenhar papel relevante no enfrentamento do racismo estrutural.

Claro que a presença de mulheres e de negros na política não é garantia de resultado, mas a experiência tem demonstrado que a sub-representação contribui para manter fora de foco temas relevantes para o avanço da sociedade brasileira.

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