Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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O plano de Bolsonaro para manter domínio e isolar rivais na direita

Ex-presidente reivindica pauta e tenta manter bolsonarismo como corrente principal mesmo inelegível

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Em menos de uma década, um deputado inexpressivo com uma plataforma corporativista estabeleceu domínio sobre a direita brasileira. Jair Bolsonaro expandiu sua defesa de militares e policiais, explorou uma agenda religiosa ultraconservadora e encenou uma conversão ao liberalismo para aproveitar a boa vontade de agentes econômicos.

Com sua passagem pelo poder interrompida, o ex-presidente tem o plano de renovar esses instrumentos para exercer influência como oposicionista e isolar potenciais adversários dentro de seu campo político.

Em entrevista ao Wall Street Journal, Bolsonaro disse que enxerga a si mesmo como "o líder nacional da direita". Na Flórida, o ex-presidente acrescentou que "não há mais ninguém" para desempenhar esse papel no momento.

Bolsonaro parece apostar na manutenção do vácuo que foi produzido ao longo do último ciclo político. Dependente do antipetismo, a direita cedeu espaço aos métodos estridentes do ex-presidente. O barulho seduziu eleitores e até candidatos alternativos dentro desse grupo, que se interessaram em pegar carona na popularidade do capitão.

O ex-presidente espera repetir esse roteiro na oposição. Na entrevista ao jornal americano, Bolsonaro reivindicou o comando de uma pauta de direita contra Lula. Ele disse que vai trabalhar com parlamentares e governadores aliados a favor de uma agenda pró-empresas, contra o aumento de gastos, de oposição ao aborto e a favor do uso de armas.

Seria desnecessário destacar que o controle de gastos nunca interessou ao capitão. Fora isso, o plano do ex-presidente é fazer com que algumas das bandeiras em que ele fixou sua marca se confundam com a plataforma central da oposição.

Bolsonaro aposta que o bolsonarismo pode se manter vivo como principal corrente política da direita mesmo que o TSE declare sua inelegibilidade. Ele indicou que deve testar seu potencial de transferência de votos como mero cabo eleitoral nas disputas municipais de 2024.

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