Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Bruno Boghossian
Descrição de chapéu Governo Lula São Paulo

PSD ensaia um caminho pós-PMDB para ser uma alternativa ao centrão

Líder em prefeituras, partido ganha capilaridade para oferecer sustentação a governantes no plano nacional

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Em uma década, a paisagem partidária do país foi amassada por um rolo compressor. A principal sigla de esquerda está na Presidência, mas tem só uma fração da força que já acumulou no Congresso e nos municípios. A legenda que liderava a oposição praticamente acabou, e os grupos que dominam a direita se alojaram em partidos de aluguel.

A janela de migrações partidárias atualizou esse cenário. O PT ganhou 83 prefeitos, quase nada para uma legenda que tem a máquina do governo federal. O PL apostou tudo no poder de atração de um político incendiário e cresceu ainda menos.

O número de prefeitos não diz tudo sobre a potência de um partido. Um grupo pode mandar no país sem administrar nenhuma praça no interior. O ranking pinta outro tipo de retrato, que dá pistas sobre estruturas que operam na política nacional.

O resultado do PT e do PL na última janela contrasta com um rearranjo na ponta de cima da tabela. O PSD ganhou quase 400 prefeitos e ultrapassou o MDB como o partido à frente do maior número de cidades.

O presidente do PSD, Gilberto Kassab, durante evento em Sâo Paulo - Bruno Santos/ Folhapress

A capilaridade municipal sempre foi considerada um ativo importante do velho PMDB para eleger os parlamentares que negociavam apoio (ou não) ao presidente em Brasília. Com o avanço sobre o Orçamento, o centrão desbancou a sigla. O PSD pode testar o valor da antiga ferramenta para se tornar esteio de governantes no plano nacional.

O partido foi fundado em 2011 por Gilberto Kassab com a definição de que não seria de direita, nem de esquerda, nem de centro. Agora, atraiu prefeitos interessados em guardar distância dos dois principais polos da política nacional.

Na onda de migração, o partido certamente não foi prejudicado pelo que pode ser lido como ambiguidade ou pelo poder de atração de máquinas como o governo federal (onde o PSD tem três ministérios) e o governo de São Paulo (do qual Kassab é secretário). Em 2026, o partido pode apoiar a reeleição de Lula, lançar candidato próprio ou embarcar num projeto de Tarcísio de Freitas.

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