Catarina Rochamonte

Doutora em filosofia, pós-doutoranda em direito internacional e autora do livro 'Um Olhar Liberal Conservador sobre os Dias Atuais'

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Catarina Rochamonte
Descrição de chapéu Folhajus

A ira diplomática seletiva

Deixar um povo ser massacrado não é 'boa prática diplomática', é covardia

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Mesmo afligido pela pandemia, o mundo não pode fechar os olhos para outro tipo de mal: o autoritarismo dos regimes fechados, das ditaduras.

A insurgência democrática na Belarus vem atraindo a solidariedade ainda tímida das nações livres, enquanto o tirano Aleksandr Lukachenko conta com o apoio da Rússia, o mesmo governo que, tudo indica, mandou envenenar Alexei Navalny, opositor de Vladimir Putin. O governo russo nega ter ordenado tal envenenamento, mas sabemos que a ausência de escrúpulo que justifica o assassinato como razão de Estado é característica das tiranias.

Uma tirania aqui mais próxima, a da Venezuela, também nega aquilo que aos olhos não fanatizados pela ideologia é evidente. Não é novidade que a Venezuela está destroçada pela ditadura sanguinária de Maduro, mas foi divulgado recentemente um relatório do Conselho de Direitos Humanos da ONU no qual se afirma que o regime venezuelano usa, desde 2014, de “violência sistemática” contra a oposição, tendo cometido “violações flagrantes” equivalentes a “crimes contra a humanidade”, que incluem “casos de assassinato, tortura, agressões, violência sexual e desaparecimento”.

O horror reafirmado nesse relatório foi tratado, porém, com certa indiferença no Brasil, enquanto a reação contra a visita que o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, fez a Roraima foi furiosa. Essa ira diplomática seletiva uniu desde o tucano Aloysio Nunes ao ex-chanceler petista Celso Amorim, passando por Renan Calheiros e Rodrigo Maia, que despachou nota de protesto contra a diplomacia brasileira.

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, respondeu aos ataques de maneira que entendemos ter sido apropriada. As palavras usadas por Pompeo cabem na estratégia de pressão, de dissuasão. No caso, pressão necessária e urgente. Deixar um povo ser massacrado não é “boa prática diplomática”, é covardia. Sejamos solidários com os venezuelanos, e não com o tirano que os esmaga.

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