Claudia Costin

Diretora do Centro de Políticas Educacionais, da FGV, e ex-diretora de educação do Banco Mundial.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Claudia Costin

Os eleitos e a gestão pública, para além do discurso

Serão necessários bons planos, boas equipes, liderança e boa dose de coragem

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Com o final do segundo turno, inicia-se uma nova fase na sofrida democracia brasileira. Transtornados por uma crise de escala mundial que envolve a saúde, a economia, a educação e as instituições, tornando-as todas mais frágeis —não que fossem extremamente sólidas antes—, respiramos aliviados. Os resultados podem não ter agradado a todos, mas é parte do processo democrático, e alguns sinais foram enviados pelas urnas, mesmo com um percentual um pouco mais alto de abstenções, o que deverá ser processado depois.

Agora começa, em cidades em que o prefeito não foi reeleito, a transição de governos, e informações relevantes sobre cada secretaria precisam ser repassadas à nova equipe. O ritual não é simples, por vezes mexe com emoções exacerbadas, mas é o que demandam as instituições democráticas. Afinal, será importante dimensionar claramente os desafios envolvidos,

Em seguida, os prefeitos terão que governar. Sim, isso é óbvio, mas em um mundo tão polarizado e transfigurado por populismos, verdades simples precisam ser ditas. Não estaremos mais em campanha, e os imensos desafios da crise terão que ser enfrentados, num contexto de insuficiência de recursos, dada a queda na arrecadação, para fazer os investimentos demandados pelas cidades.

Crianças e jovens deverão voltar às aulas presenciais, compensar os aprendizados perdidos e preparar-se para um futuro que deles demandará novas habilidades e conhecimentos, a Covid-19 deverá ser enfrentada com os antipáticos, mas necessários, fechamentos de atividades não essenciais, a vacinação exigirá uma operação logística complexa e provavelmente também com sofridos e eventualmente impopulares processos de priorização.

Mas não serão só as emergências que precisarão ser enfrentadas. A vida prossegue, a infraestrutura urbana demandará reparos e investimentos, em especial no saneamento e na mobilidade, a economia terá que ser revitalizada e gerar empregos.

Para tudo isso, será extremamente importante a boa gestão de políticas públicas. Lógico, continua sendo necessário olhar para o que foi feito antes e prosseguir a partir daí. Destruir a obra do antecessor apenas para deixar a marca política do novo prefeito, definitivamente, não é boa prática.

Além disso, depois da eleição, a crítica de costumes ou o combate a um pretenso “comunismo”, como foi verbalizado por populistas de plantão, a maior parte dos quais não logrou se eleger, não ajudará em nada a vida dos prefeitos quando empossados. Trata-se agora de compor boas equipes, ter bons planos, liderança e uma boa dose de coragem. O resto é discurso fácil!

LINK PRESENTE: Gostou desta coluna? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.