Deirdre Nansen McCloskey

Economista, é professora emérita de economia e história na Universidade de Illinois, em Chicago

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Deirdre Nansen McCloskey

O fracasso de Biden no debate não é fatal

Ele se recuperará de seu desempenho desastroso e vencerá em novembro

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O presidente dos Estados Unidos e eu temos 81 anos. Nós dois gaguejamos. Nós dois somos, eu garanto, pessoas muito legais.

Joe Biden tem sido uma pessoa de ação, um senador, um vice-presidente e um presidente bem-sucedido. Eu seria uma escolha particularmente ruim para presidente de qualquer coisa que envolvesse ação. Teorias, sim; ações, não.

Biden e Trump no debate da CNN - Christian Monterrosa/AFP

É verdade que, em setembro, em Nova Déli (Índia), tornei-me presidente da Mont Pelerin Society, um grupo de acadêmicos liberais. Mas o papel é principalmente teórico e cerimonial, não executivo. Graças a Deus.
Biden desempenha bem a função executiva —embora não execute como deveria minhas maravilhosas teorias do liberalismo. Mas ele também desempenha bem a função cerimonial.

Ao contrário de Donald Trump, um sociopata certificado, sem nenhuma simpatia humana, Biden chora pelos outros —por outros gagos, por exemplo, com quem ele é surpreendentemente gentil, ou por seu filho morto, por seu filho viciado, por sua filha e primeira esposa mortas, por seus compatriotas caindo em guerras ou desastres naturais e pela terrível ameaça que Trump representa para a democracia mundial.


Mas, em 27 de junho, Biden teve um desempenho muito ruim num debate com Trump. Ele tropeçou, gaguejou e não conseguiu contradizer as afirmações malucas de Trump. O desempenho de Trump foi o de sempre, cheio de mentiras surpreendentes, como a de que ele de fato ganhou a última eleição presidencial.

Mas os cidadãos americanos já esperam mentiras dele. Eles dizem, conscientemente, mas incorretamente: "Todos os políticos mentem". Mas é uma questão de porcentagens. Trump mentiria se você perguntasse se estava chovendo lá fora. E ele aprendeu com o "Mein Kampf", de Hitler, a teoria da Grande Mentira. Ele a pratica toda vez que abre a boca.

Infelizmente, funcionou para Hitler —por exemplo, a mentira de que os 2% da população alemã que eram judeus eram a fonte dos problemas da Alemanha. A meia dúzia de Grandes Mentiras que Trump ensaia em cada discurso parece estar funcionando com muitos eleitores. Vamos orar.

No entanto, Biden se recuperará de seu desempenho desastroso no debate e vencerá em novembro. Trump, tolamente e contra o seu próprio interesse em continuar fora da prisão, não atraiu novos eleitores.

Nenhum, quero dizer, além daqueles que votaram nele em 2020 e agora engolem suas Grandes Mentiras sobre eleições, imigrantes e a beleza dos tiranos.

Que vença o melhor.

Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves

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