Até pouco tempo, a cada temporada eleitoral não faltavam candidatos que repetiam o mantra: "Tenho três prioridades, educação, educação, educação...". Mais recentemente, frases centradas na demonização do outro, inspiradas em notícias falsas, ganham força e, como a tendência anterior, revelam quase nada sobre o que o candidato pretende fazer ao ser eleito, menos ainda em educação.
Uma das iniciativas promissoras que surgiram para centrar o debate em políticas públicas concretas é o esforço do Todos pela Educação de, com base num consenso suprapartidário sobre o que deve ser feito para melhorar o ensino no Brasil, conversar com os candidatos a presidente e alguns dos a governador sobre a agenda necessária. Em publicação recém-lançada, "Educação Já", o Todos expõe o dever de casa a ser feito, seja para recuperar o que se perdeu com a pandemia, seja para transformar a educação de forma mais estrutural.
O texto se inspira tanto no que recomendam os melhores pesquisadores da área no mundo, quanto em boas práticas que o Brasil já adota, como os exemplos de Pernambuco, do Ceará (em particular de Sobral) e de Teresina, melhor capital em aprendizagem do país.
Afinal, o que precisa ser feito? De acordo com o documento, já em mãos dos candidatos, devemos partir de premissas como a de que "qualidade para poucos não é qualidade", ou seja, buscar equilibrar excelência com equidade, ou a de que o "Brasil tem muito a aprender com o Brasil", o que demanda escalar boas práticas já em curso em diferentes unidades da federação.
Recomenda também ações para mitigar os efeitos da pandemia na educação básica, em especial o enfrentamento do abandono e evasão escolar, a recomposição de aprendizagens perdidas, junto com o suporte emocional necessário, e promover a inclusão digital, garantindo conectividade e equipamentos para professores e alunos.
Como agenda estrutural, melhorar a governança nacional da educação básica, incluindo a criação do Sistema Nacional de Educação, aprimorar a gestão do MEC, implementar o novo Fundeb e melhorar a atratividade e a formação docente, assim como uma gestão escolar mais profissionalizada. Avançar na implementação da Base Nacional Comum Curricular, já transformada em currículos estaduais e municipais em boa parte do país, com material didático e avaliações alinhadas, em especial no ensino médio.
Muito mais precisa ser feito, tanto no aumento da jornada escolar, para que os alunos tenham mais tempo de aprendizagem e os professores melhores condições de trabalho, quanto em garantir uma educação infantil de qualidade para todos.
Com a palavra, os candidatos!
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.