Claudio Bernardes

Engenheiro civil e vice-presidente do Secovi-SP, A Casa do Mercado Imobiliário

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Claudio Bernardes

Casas inteligentes trarão conveniência e reduzirão gasto de energia

A revolução digital fortalece as previsões que as casas ou lares inteligentes oferecerão mais conveniência e menos dispêndio de energia em um futuro próximo.

Casas inteligentes podem ser definidas como residências equipadas com sistemas computacionais e tecnologia de informação, que têm o objetivo de proporcionar conforto, conveniência e segurança aos seus ocupantes, por meio da administração dos sistemas tecnológicos da casa, que ficam conectados com o ambiente digital externo.

A evolução dessas edificações trilha seu caminho por uma enorme rede de possibilidades de expansão, não só de equipamentos e serviços relacionados com a própria casa, mas principalmente com os espaços exteriores, públicos ou privados.

Crédito: Avener Prado - 22.11.2012/Folhapress Sala de apartamento inteligente no bairro da Aclimação, em São Paulo

A definição de conveniência para esses novos lares tecnológicos está ligada ao ganho de tempo para os moradores, com redução ou eliminação de trabalhos domésticos.

Portanto, para que as edificações inteligentes tenham sucesso, elas deverão se estruturar com base nessa visão de conveniência como solução para os que vivem em um mundo acelerado e estar ancoradas em uma grande variedade de sistemas tecnológicos acessíveis e fáceis de operar, tornando a vida das pessoas mais simples.

Além da conveniência, outro relevante benefício das casas inteligentes para os consumidores é a sua capacidade de incorporar aspectos relacionados à administração do gasto de energia, principalmente com iluminação, condicionamento de ar e eletrodomésticos. Um conjunto de sensores, adequadamente configurados para gerenciar esses sistemas, pode gerar diminuição considerável nos gastos com energia, com reflexos ambientais e econômicos importantes.

O departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências e Tecnologia desenvolveu estudo para avaliar a economia no consumo de energia gerada com o uso de sensores inteligentes em um apartamento de um dormitório, cozinha, sala de estar, sala de jantar e banheiro.

O estudo concluiu que a economia pode chegar a quase 40% do consumo médio mensal de energia.

Segundo dados da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), o consumo residencial de energia elétrica no Brasil em 2016 foi de 132 mil GigaWatts/hora. Se conseguíssemos economizar 40% do consumo com a adoção de sistemas inteligentes, teríamos uma economia anual de 53 mil GigaWatts/hora. Para efeito de comparação, quando a usina de Belo Monte entrar em operação, ela produzirá anualmente cerca de 40 mil GigaWatts/hora. Portanto, essa economia doméstica seria em torno de 1,3 vez a produção da usina.

Vinte anos atrás, a ideia de controlar remotamente os termostatos, as luzes e os sistemas de segurança de uma casa pareceria ficção científica, mas hoje os smartphones fazem isso com tranquilidade.

A tendência de crescimento desse mercado é clara. A empresa de pesquisas Zion Market Research prevê que a tecnologia das casas inteligentes deve alcançar um faturamento de US$ 53 bilhões (R$ 170 bi) em 2022. O crescimento estará calcado, principalmente, na conexão da casa com os ambientes digitais externos, como, por exemplo, a conexão do refrigerador com os equipamentos dos fornecedores de alimentos.

Naturalmente, a tecnologia das casas inteligentes continuará a evoluir, tornando-se acessível e barata. Com isso, mais pessoas poderão utilizar-se dela, e novos padrões, modelos e estilos de vida devem se consolidar, principalmente nas áreas urbanas.

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