Claudio Bernardes

Engenheiro civil e vice-presidente do Secovi-SP, A Casa do Mercado Imobiliário

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O índice de competitividade da mobilidade do futuro

Ranking deve ser útil para orientar autoridades municipais que buscam inovar na área

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Nos últimos anos, presenciamos o aparecimento de novas e importantes tecnologias relacionadas à mobilidade urbana, ao mesmo tempo em que a ambiência digital encontra novas maneiras de conectá-las em um universo eletrônico, que cria as bases para a aplicação em larga escala da inteligência artificial.

Contudo, embora a mobilidade esteja se tornando cada vez mais inteligente e operada num universo virtual, ainda não encontramos substitutos para a infraestrutura física por meio da qual as movimentações acontecem.

Estradas, pontes, viadutos e trilhos devem ser seguros e confiáveis para receber as máquinas e os equipamentos que transportam as pessoas, desde bicicletas até trens de alta velocidade. Em que pese todo o avanço tecnológico, globalmente, os gastos com infraestrutura não atendem as demandas básicas de manutenção. Segundo a Global Investment Hub, patrocinada pelo G20, o déficit acumulado somente na infraestrutura rodoviária deve chegar a US$ 7,5 trilhões até o 2040.

Com recursos escassos, priorizar corretamente os investimentos é essencial. Para isso, torna-se cada vez mais importante escolher os melhores sistemas de transporte associados às tecnologias mais adequadas.

A maneira como as cidades enfrentarão essa revolução na mobilidade deverá influenciar decisivamente na capacidade de crescimento e no desenvolvimento social e econômico desses espaços urbanos.

Para ajudar as cidades a avaliar o quanto estão preparadas para usar a mobilidade como aliada no processo de desenvolvimento econômico, o Oliver Wyman Forum está criando um índice de competitividade da mobilidade do futuro (ICMF). Uma métrica preditiva da capacidade de uma cidade competir e se destacar, usando novas tecnologias em uma rede de mobilidade integrada.

Para a primeira edição do índice, foram analisadas 24 cidades, abrangendo todos os continentes e considerando elementos como infraestrutura e rede de transportes, serviços de tráfego, disponibilidade de serviços compartilhados e capacidade de integração intermodal, preparação para veículos autônomos, conexões móveis de quinta geração (5G) e qualidade do ar, incluindo geração de gases do efeito estufa.

A pesquisa mostrou que as cidades mais preparadas para usar a mobilidade como alavanca de crescimento são Singapura, Amsterdã e Helsinque. Embora abordem a mobilidade de forma diferente e com demandas diversas, todas têm uma história de investimento sustentado em infraestrutura e novas tecnologias. Em comum, elas também têm padrões de rápida absorção da inovação tecnológica, setor privado engajado e políticas públicas voltadas para o crescimento econômico.

Segundo o estudo, outras cidades que estão entre as 10 mais preparadas para uma mobilidade inteligente são Londres, Xangai, Nova York, Tóquio, São Francisco, Berlim e Pequim. No ranking das 24 cidades, a única brasileira é São Paulo, na 22ª posição, à frente da cidade do México e de Riad, na Arábia Saudita.

A natureza prospectiva do índice de competitividade desenvolvido por Oliver Wyman Forum deve ser bastante útil para orientar as autoridades municipais que buscam criar um ambiente de inovação tecnológica na mobilidade urbana para atrair empreendedores, talentos e desenvolvimento econômico.

As cidades que almejam ocupar posição de destaque no futuro devem reconhecer que a mobilidade será reconfigurada nas próximas décadas por múltiplas tecnologias revolucionárias e novos modelos econômicos, como a economia compartilhada. As cidades que emergem como líderes da mobilidade do futuro precisarão antecipar tendências e ser proativas, entendendo os desafios tecnológicos como oportunidades e não como obstáculos.

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