Cristina Grillo é jornalista e advogada. Ocupou o cargo de Secretária de Redação da Sucursal do Rio da Folha.
Bola pra frente
RIO DE JANEIRO - A Copa de 2010 é passado, para a tristeza de muitos e o alívio de poucos, como a amiga dona de restaurante que via o movimento despencar em dias de jogos do Brasil ou o amigo médico cansado de pacientes que ligavam para desmarcar consultas.
Mas desta vez não vai dar para relaxar e deixar para pensar no assunto daqui a quatro anos. A próxima Copa do Mundo é nossa -pelo menos fisicamente.
Há muito o que fazer: preparar estádios, vias expressas, metrô, corredores para ônibus, hotéis para receber os visitantes que desembarcarão nas 12 cidades-sede.
Temos que capacitar mão de obra que atenda de forma correta e eficiente os visitantes -um primeiro passo poderia ser, por exemplo, ensinar aos motoristas de táxi cariocas que sim, eles precisam ter troco para notas de R$ 50, e que não, eles não podem deixar nas alturas o volume do rádio do carro, quer estejam ouvindo pagode ou música clássica.
Acima de tudo vamos precisar de muita atenção e fiscalização para que as despesas com a Copa-2014 não ultrapassem os previstos -até agora- R$ 17 bilhões.
Desse total, R$ 5,7 bilhões serão gastos com estádios. O novo Maracanã vai custar R$ 720 milhões -pouco mais de dois do Engenhão, construído há três anos para os Jogos Pan-Americanos e que padece de uma série de problemas, semiabandonado na zona norte carioca.
As informações estão disponíveis no Portal da Transparência ("[www.portaltransparencia.gov.br"). O Ministério Público Federal criou um grupo de trabalho para acompanhar os gastos. A ele juntaram-se o Tribunal de Contas e a Controladoria Geral da União.
Fiscalizar esses gastos é responsabilidade de todos. Principalmente dos cariocas. Será um bom treino para o que virá dois anos depois: a Olimpíada do Rio, com gastos já estimados em R$ 12 bilhões.
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