Deirdre Nansen McCloskey

Economista, é professora emérita de economia e história na Universidade de Illinois, em Chicago

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Deirdre Nansen McCloskey
Descrição de chapéu Rússia Brics

Xi, a Ucrânia e o liberalismo

História deve dar sabedoria aos adultos, não ferramentas aos tiranos

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As três novas ideias sobre política nos tempos modernos são o liberalismo desde o século 18, o nacionalismo desde o início do século 19 e o socialismo desde o final do século 19. As três foram implementadas provisoriamente nos anos 1900. Todas permanecem vívidas nos anos 2000.

Liberalismo significa dar a cada adulto uma igualdade de permissão individual. Às esposas. Aos afro-brasileiros. Aos moradores das favelas. Nacionalismo e socialismo significam subordinar cada um desses adultos a uma concepção da vontade geral. Assim, Xi Jinping na China, Maduro na Venezuela e Bolsonaro no Brasil. O nacionalismo e o socialismo matam o liberalismo. O estatismo mata o adultismo.

Na outra semana, Xi estava cortejando "o sul global". Você sabe quem são. Índia, África do Sul e Brasil. Ele estava tentando fazer com que esses países, por motivos nacionalistas, se afastassem dos ucranianos. O sul global deve se afastar do campo de batalha central desta década pelo liberalismo. Bom para os tiranos iliberais.

A tática de Xi é despertar uma paixão egoisticamente nacionalista. O nacionalismo, claro, fortalece a tirania dele sobre os chineses. O literato inglês Samuel Johnson observou em 1775 que um falso patriotismo é "o último refúgio de um canalha". Um canalha como Xi o usa repetidamente. "Pobre China. Devemos resistir ao Ocidente. Uma imprensa livre? Eleição aberta? Não, são ideias ocidentais, não para o Reino do Meio."

É verdade que a finada dinastia Qing, como a finada dinastia Romanov na Rússia, falhou repetidamente em se modernizar completamente. Os chineses foram repetidamente humilhados. Até os amáveis missionários americanos chamavam os chineses de "nossos pequenos irmãos". Pequenos.

No entanto, agora, à moda adulta, a humilhação deve ser deixada de lado. Sim, o Estado deve prevenir a força e a fraude por parte de cidadãos privados. Nada de barões das drogas. Mas, acima de tudo, o Estado não deve se envolver em força e fraude.

A força pública e a fraude têm nomes: socialismo e nacionalismo.


Cuidado, meus amados brasileiros, para não caírem na retórica nacionalista de Xi matando a liberdade. Você sabe como a retórica anti-ianque foi usada e, de maneira mais geral, o nacionalismo contra os estrangeiros e o socialismo contra o comércio.

Xi está tentando reanimar a aliança com a Índia e o Brasil como nações "não alinhadas", posicionando-se entre um Ocidente liberal imperfeito e um Oriente horrivelmente socialista.

Sou uma historiadora. Não quero que esqueçamos a história. Mas a história deve dar sabedoria aos adultos, não ferramentas aos tiranos.

Tradução de Luiz Roberto Gonçalves

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