Deirdre Nansen McCloskey

Economista, é professora emérita de economia e história na Universidade de Illinois, em Chicago

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Deirdre Nansen McCloskey
Descrição de chapéu tecnologia

A nova tecnologia causada pelo liberalismo criou o mundo moderno

Mesmo pessoas bastante inteligentes continuam entendendo isso ao contrário

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O segundo e terceiro volumes da minha trilogia (2006, 2010, 2016) argumentam que a tecnologia estimulada pelo liberalismo criou o mundo moderno. Refinei o argumento em vários livros posteriores, como um bastante conhecido, com Art Carden, que resume tudo –"Leave Me Alone and I’ll Make You Rich: How the Bourgeois Deal Enriched the World" (2020) [Deixe-me em paz que o tornarei rico: como o acordo burguês enriqueceu o mundo]. A questão é que nem o investimento de capital feito pelos bons ricos nem a mais-valia extraída pelos maus patrões explicam o Grande Enriquecimento. A própria palavra "capitalismo" contém o erro. Empilhar tijolos ou roubar tijolos da classe trabalhadora não é criativo. O capital é necessário. Mas a luz do sol e o trabalho também o são.

A chegada da igualdade de permissão em um liberalismo que começou no século 18 desencadeou a criatividade. Melhores tecnologias, novas formas de fazer as coisas, como o concreto armado e a universidade moderna, o voto das mulheres e a abolição da escravidão nos tornaram surpreendentemente mais ricos do que os nossos antepassados.

Mesmo pessoas bastante inteligentes continuam entendendo isso ao contrário. Elas acham que estou dizendo que não é exatamente a tecnologia que nos tornou ricos. Penso que o problema delas é que estão habituadas a misturar investimento com tecnologia. Até o abençoado Adam Smith o fez, e seu seguidor Karl Marx o fez massivamente. Depois, obtivemos a tola palavra "capitalismo" dos seguidores de Marx. A palavra faz as pessoas acreditarem que o investimento é criativo. É um pouco criativo. Se você investir em projetos estúpidos como queimar a floresta amazônica para produzir terras agrícolas que já possui em abundância, será melhor parar com esse investimento. "Fazer melhor" é o que significa inovação.

Mas tais decisões têm efeitos menores sobre a prosperidade. Alguns economistas, como Robert Solow e Moses Abramowitz, começaram a perceber esse fato histórico crucial na década de 1950. Eles distinguiram o investimento rotineiro, acumular tijolos de diplomas universitários, da força muito mais enriquecedora de ideias inteiramente novas. O Banco Mundial nunca recebeu o memorando.

A ciência econômica não deveria se concentrar principalmente na alocação de, por exemplo, lucros bancários, financeiros ou empresariais. Deveria se dedicar às fontes da criatividade econômica. Digo isso em outro livro, "Bettering Humanomics: A New, and Old, Approach to Economic Science (2021) [Melhorando a humanomia: uma nova, e antiga, abordagem da ciência econômica].

Mas acho que as pessoas também vão entender isso ao contrário. Grrr!

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