Dora Kramer

Jornalista e comentarista de política

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Descrição de chapéu terrorismo guerra israel-hamas

O terror não tem ideologia

Embate ideológico perde de vista a urgência do combate ao terrorismo que ameaça o mundo

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Conciliador por natureza, o Brasil vem se deixando contaminar pela prática da desavença radical e inconciliável. Ao ponto de brasileiros perderem de vista, agora no contra-ataque de Israel ao ataque do Hamas, o sentido de urgência do combate ao terror que ameaça o mundo.

Terrorismo não é de direita nem de esquerda. É selvageria em estado bruto de desumanidade. E como tal deve ser repudiado sem relativismos que busquem justificar os meios pelos quais os terroristas procuram alcançar os seus fins.

Pela evidência de que o fim, no caso, é a extinção do outro. Seja ele de que nacionalidade for. Espraiado para além de fronteiras nacionais, o que se tem é o genocídio mundial. No momento, o cerne está no Oriente Médio. Amanhã, não se sabe.

Soldados israelenses sobre a torre de um tanque Merkava posicionado perto da fronteira com Gaza
Soldados israelenses sobre a torre de um tanque Merkava posicionado perto da fronteira com Gaza - Jack Guez - 9.out.2023/AFP

O governo brasileiro pisa em ovos na condenação à inominável agressão de caráter genocida iniciada sábado passado e, por isso, é —e deve— ser cobrado. Até agora o presidente Luiz Inácio da Silva não juntou na mesma nota as palavras "Hamas" e "terrorismo"; o fez em manifestações separadas.

A cobrança por uma contundência à altura da realidade —e não em observância a uma posição da ONU já superada pelos fatos— não deve ignorar as providências das Forças Armadas, na figura da FAB, e do Itamaraty, instituições de Estado que atuam sob o comando do governo.

Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio da Alvorada, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio da Alvorada, em Brasília, em sua primeira foto após passar por cirurgia; ao divulgar a imagem, informou que condenou 'ataques terroristas' em conversa com presidente de Israel - Ricardo Stuckert - 12.out.23/Divulgação

Quebrar os ovos e sapatear sobre eles ao som das respectivas convicções ideológicas, reduzindo entre nós essa quadra da história à disputa entre lulismo e bolsonarismo, presta-se ao exercício da barbárie mesquinha desviante da emergência de que se cuida no momento.

Quando se justifica a ação do Hamas a pretexto de apoiar a causa palestina, incorre-se na crueldade de igualar as aspirações legítimas dos palestinos aos propósitos de sanguinários que os oprimem. Neles, o objetivo é a guerra permanente em detrimento de uma convivência pacífica em busca da qual o mundo terá de se dedicar adiante.

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