Dora Kramer

Jornalista e comentarista de política

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Rixas de família

Tietes de Bolsonaro batem em Tarcísio, e devotos de Lula não perdem a chance de beliscar Haddad

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Alguma coisa acontece na cabeça dos mais entusiasmados adeptos de Luiz Inácio da Silva e de Jair Bolsonaro que os faz atacar ora discreta, ora abertamente, aqueles tidos como possíveis sucessores dos chefes das torcidas.

Fernando Haddad e Tarcísio de Freitas têm sido alvos nos respectivos campos de ofensivas, cujo objetivo ainda não está claro, mas cujas ações já merecem registro. Bolsonaristas batem sem dó no governador de São Paulo e no prefeito Ricardo Nunes, candidato dele à reeleição em 2024. Ainda que mais comedidos, lulistas não perdem a chance de beliscar Haddad.

O presidente Lula (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) - Foto: Marlene Bergamo/Folhapress e Gabriela Bilo/Folhapress

Qual a finalidade? Talvez consignar que os líderes dos times são insubstituíveis na manutenção da lógica da lacração que tomou conta da política.

Tanto o governador quanto o ministro da Fazenda de fato não se enquadram no perfil nem se prestam a esse papel. São ambos construtores, diferentes no modo demolidor de adversários com o qual Lula e Bolsonaro forjaram suas personas.

Por algumas atitudes do presidente e de seu antecessor supõe-se que o serviço dos seguidores os agrade, pois não manifestam desagrado às investidas. No palanque, os dois não se desgrudam adeptos que são do movimento pendular em que a rejeição de um alimenta a aprovação do outro.

Não são eternos, em algum momento precisarão ser substituídos, a fim de que seus seguidores tenham algum futuro. Daí que o fogo amigo se configura em inimigo com tiros direcionados aos próprios pés.

Embora o jeito mais moderado de Haddad e Tarcísio não agrade aos mais radicalmente apegados ao passado, a continuidade dessas linhagens ideológicas e seus respectivos projetos políticos pode depender deles. Um construiu a viabilidade econômica da governança para a esquerda, e o outro mostrou que nem tudo são arreganhos obsoletos na direita.

Portanto, até em nome da sobrevivência conviria pôr um freio no andamento desse andor.

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