Dora Kramer

Jornalista e comentarista de política

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Não é bem assim

Projetos para 2026 dificultam aceitar caráter de prévias para eleição de 2024

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Esquerda e direita prometem forte embate nas capitais e grandes cidades, apostando que quem ganhar o maior número de prefeituras neste ano estará credenciado a amealhar vitórias em 2026. Pode ser que sim, mas pode não ser bem assim.

O sucesso da referida empreitada depende de alguns fatores. Se a ideia for ligar o desempenho municipal à eleição presidencial, convém retirar os cavalos da chuva. Já no que diz respeito à conquista de maior poder do Congresso, é possível considerar essa uma boa aposta.

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Montagem mostra os prefeitos do Recife (à esq.), João Campos (PSB), e do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD) - Eduardo Anizelli/Folhapress

Prefeitos e vereadores formam a base eleitoral de deputados federais, e em menor grau de senadores, o que lhes rende maior participação nos bilionários fundos públicos.

Sobre a eleição de governadores, o efeito é duvidoso. Na disputa presidencial, a história e a lógica mostram que a influência se aproxima do zero.

O balanço de perdas e ganhos no dia seguinte à eleição entusiasma os vencedores, mas tem prazo de validade. O jogo volta ao zero a zero no período seguinte às posses dos eleitos e daí em diante haverá dois anos para que se provem eficazes, ou não, no ofício de impulsionar candidaturas nacionais.

Um mau prefeito é um peso a ser descartado. E um bom administrador pode não ter o perfil político que interesse aos planos presidenciais desse ou daquele partido.

Além disso, há a seguinte questão: estará o eleitor preocupado com a ideologia do governante? Dois prefeitos candidatos à reeleição, João Campos (PSB) e Eduardo Paes (PSD), respectivamente prefeitos do Recife e do Rio de Janeiro, disparam nas pesquisas sem que tenham posto suas posições ideológicas no tabuleiro.

Por ora, ambos se alinham a Lula. Mas é de se perguntar até quando vai esse tipo de aliança. Considerando que esquerda e direita disputarão maioria no Parlamento, é lícito concluir que tal projeto não conversa bem com a possibilidade de os hoje governo e oposição estarem juntos nas disputas de 2026.

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