Edgard Alves

Jornalista, participou da cobertura de sete Olimpíadas e quatro Pan-Americanos.

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Edgard Alves
Descrição de chapéu Tóquio 2020

Olimpíadas têm grandalhões que merecem respeito

Mijaín López Núñez, da luta greco-romana, e o francês Teddy Riner, peso pesado do judô, são pesadelos para rivais

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Estatura avantajada é uma característica natural em times de basquete, principalmente, e um pouco menos nos de vôlei. São esportes nos quais os grandalhões mostram muita agilidade e jogadas de precisão.

Nas Olimpíadas de Tóquio despontam dois lutadores, também altos e corpulentos, que apavoram os adversários só de imaginarem que terão de cruzar com eles em algum momento das disputas.

Fortões, costumam dominar os rivais com golpes devastadores: o cubano Mijaín López Núñez, da luta greco-romana, e o francês Teddy Riner, peso pesado do judô. Eles entram nas disputas sempre cotados como favoritos.

O judoca francês Teddy Riner após conquistar o Masters de Doha, em janeiro; ele estréia em Tóquio na quinta (29)
O judoca francês Teddy Riner após conquistar o Masters de Doha, em janeiro; ele estréia em Tóquio na quinta (29) - Karim JAfar/AFP

Mijaín López é famoso em Cuba, onde foi eleito o melhor atleta daquela ilha em várias oportunidades. Não é para menos, pois ostenta medalhas de ouro da luta greco-romana nas três últimas Olimpíadas. Em Pequim e Londres, atuou na categoria 120 kg; no Rio, na 130 kg.

Imagine um atleta, de 1,98 m, enorme como um touro e sedento por vitórias. Sempre foi desse jeito. O menino nascido em 20 de agosto de 1982, em Piñar del Río, aos dez anos de idade descobriu seu fascínio pela luta, que combinava com sua estatura privilegiada e sua natureza competitiva.

Seu início nas principais competições internacionais foi discreto. Mas, naqueles tempos, sua fama na ilha caribenha já superava o apelido de "o garoto", uma forma de tratamento irônica, porém carinhosa, devido ao seu tamanho. Passava a ser chamado de "o terrível" pelas atuações imbatíveis nas lutas. De 2005 a 2010, conquistou vários títulos mundiais e regionais.

O judoca Teddy Riner, por sua vez, iniciou sua ascensão em Olimpíadas com um bronze em Pequim-2008. Mais experiente, não deu chance aos adversários e arrebatou o ouro em Londres-2012 e na Rio-2016, no peso pesado (acima de 100 kg).

Por um período de quase uma década, o gigante francês —de 2,04 m, sapato 49,5 cm, nascido em Les Abymes, Guadalupe, em 7 de abril de 1989— manteve uma invejável invencibilidade em 154 lutas. Guadalupe é um departamento ultramarino da França no Caribe.

Em todas as competições que o nome dele aparecia entre os inscritos, ninguém duvidava que a medalha de ouro já tinha dono. Como nos esportes qualquer vacilo é implacável, o tropeço de Riner, também conhecido por "Big Ted", chegou em fevereiro de 2020, coincidentemente o ano das Olimpíadas de Tóquio, depois adiadas para este julho devido à pandemia de coronavírus.

Kokoro Kageura, do país anfitrião dos Jogos, foi o autor da façanha no Grand Slam de Paris. Oito meses depois, nova queda no campeonato nacional da França, diante do compatriota Ornais Terhec.

O campeão sentiu o baque. Era chegado o momento de uma mudança na preparação, no modo de vida. Estaria em decadência? As dúvidas ficaram no ar.

Não para ele, que reconheceu alguns desvios no dia a dia e logo tratou de corrigi-los.

Um deles, segundo reportagem do Agora, foi superado por um acompanhamento nutricional que resultou na perda de 20 kg. Os treinamentos técnicos foram aprimorados, bem como a preparação física. Para completar, tratou do aspecto mental, importante na recuperação da confiança e da motivação.

Tóquio pode ser o derradeiro palco desses dois verdugos, não imbatíveis, mas duros na queda. Se isso ocorrer, certamente os rivais soltarão rojões de alegria.

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