Eduardo Sodré

Jornalista especializado no setor automotivo.

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Preconceito contra motor turbo nos carros é coisa do passado

Componente torna veículos mais eficientes e menos poluentes

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O novo Chevrolet Onix, carro mais vendido no Brasil, está prestes a ganhar uma nova geração. O modelo chega às lojas no fim deste ano, com motor turbo.

É a prova definitiva de que os automóveis turbinados já superaram a desconfiança do motorista brasileiro, a ponto de a fabricante de um campeão de emplacamentos apostar tudo nessa solução mecânica.

Gregório Del Rio, engenheiro-chefe da nova família de veículos da GM --dona da marca Chevrolet--, diz que os primeiros passos de desenvolvimento do novo compacto foram dados em 2014. Desde então, os motores sobrealimentados já estavam na pauta.

Del Rio afirma que demonstrações feitas a clientes da marca e potenciais compradores revelam que carros turbinados são bem vistos pelo público-alvo do segmento de compactos.

Qual diferença o turbo faz na vida do motorista? Sua função é soprar mais ar para dentro do motor. Com volume maior de oxigênio na câmara de combustão, a mistura com etanol, gasolina ou diesel torna-se, literalmente, mais explosiva. Com mais energia gerada no processo, há aumento de potência e torque.

Daí vinha o preconceito. No passado, turbinar um carro significava fazer uma alteração que poderia comprometer a durabilidade.

Era também sinal de que se tratava de um veículo dirigido de forma esportiva e, por consequência, desgastado pelas acelerações e freadas bruscas. O dinheiro aplicado na adaptação jamais seria recuperado.

Turbo de fábrica era raridade, e sempre ligado ao desempenho. Nos anos 1990, a Fiat equipou Uno, Tempra e Marea com esse componente. Audi A3, Golf e Citroën Xantia também fizeram parte do clube naquela década.

Com a necessidade de reduzir as emissões de poluentes e de gás carbônico para atender a legislações ambientais, as turbinas passaram a equipar motores pequenos e mais eficientes.

Hoje, o 1.0 turbo que equipa o hatch Volkswagen Polo (128 cv) tem mais potência que o 2.0 do Gol GTI de vinte anos atrás (120 cv).

A tendência começou com as marcas premium. Todos os carros vendidos no Brasil por Audi, BMW, Mercedes e Volvo são turbinados atualmente.

Na linha Volkswagen, o componente está presente em todas as versões do utilitário compacto T-Cross. O mesmo ocorre com o sedã médio Citroën C4 Lounge.

Quando chegar ao Chevrolet Onix, motores sobrealimentados devem ser maioria entre carros novos. 

Para quem ainda desconfia dessa solução, alguns números ajudam a desfazer preconceitos.
Em 1998, o Volkswagen Gol 2.0 GLS (109,5 cv) passou pelo teste Folha-Mauá. O compacto levou 11 segundos para chegar aos 100 km/h e percorreu 12,1 quilômetros com um litro de gasolina na estrada.

Hoje, o turbinado Polo 1.0 TSI Higline, que equivale ao Gol GLS do passado, vai do zero aos 100 km/h em 10 segundos e, se abastecido com gasolina, faz a média rodoviária de 17,1 km/l.

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