Eduardo Sodré

Jornalista especializado no setor automotivo.

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Carros passam pelo milagre da multiplicação das marchas

Novos câmbios automáticos buscam reduzir consumo de combustível

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Carros automáticos começaram a ser popularizar no início da década de 1990, época em que as importações de veículos, suspensas desde 1976, foram retomadas no Brasil.

Oferecer quatro marchas era algo moderno naqueles tempos. Hoje, as caixas mais comuns têm seis velocidades e há opções com dez marchas, a exemplo da compartilhada pelos esportivos Ford Mustang e Chevrolet Camaro.

O objetivo dessa multiplicação é aumentar a eficiência energética com redução de consumo e de emissões.

Entre os modelos compactos, o novo recordista em território nacional é o sedã Chery Arrizo 5. Seu câmbio automático do tipo CVT (sigla em inglês para transmissão continuamente variável) agora simula nove marchas, duas a mais que antes.

O novo conjunto permite rotações mais baixas do motor na estrada e também em algumas situações no trânsito urbano. Com isso, há uma distribuição mais eficiente da força, que leva à redução no consumo de combustível.

Há mudança de componentes, mas o trabalho de simular as trocas é basicamente feito pela eletrônica. De fato, um câmbio tipo CVT não teria passagens de marchas.

Ao criar um novo escalonamento virtual, a Chery conseguiu deixar o Arrizo 5 mais esperto. O motor 1.5 turbo flex ganhou torque e manteve a potência de 150 cv quando abastecido com etanol.

Em um teste de 60 quilômetros por rodovias no interior de São Paulo, o sedã se destacou nas retomadas. Caso fosse colocado lado a lado com rivais da mesma faixa de preço (a partir de R$ 74,6 mil), é provável que o modelo de origem chinesa largasse na frente. Seus rivais diretos são Volkswagen Virtus TSI, Honda City e Toyota Yaris.

Mas o Arrizo 5 leva desvantagem na hora de achar uma boa posição ao volante. Falta regulagem de profundidade da coluna de direção e o ajuste de altura do assento do motorista poderia ter mais amplitude. Outro ponto que pode melhorar é o quadro de instrumentos, que tem algarismos pequenos.

Os detalhes, no entanto, não diminuem o brilho do conjunto formado por motor e câmbio. A caixa de nove velocidades caiu bem no carro, que agora é vendido nas versões RT e RTS. A opção mais cara (R$ 83,6 mil) é equipada com seis airbags e teto solar.

O milagre da multiplicação das marchas deve se manifestar em outros modelos compactos nos próximos anos. O desafio nesse segmento é achar o equilíbrio entre os ganhos em eficiência energética e os custos de desenvolvimento e de aplicação.

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