Eduardo Sodré

Jornalista especializado no setor automotivo.

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Retomada das importações de carros completa 30 anos

Sonhos de consumo dos anos 1990 passaram a ser produzidos no Brasil

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Há 30 anos, os carros importados voltavam ao mercado nacional. As ruas malcuidadas do Brasil da hiperinflação passaram a receber os sonhos de consumo dos EUA, da Europa e do Japão.

A medida que reabriu o mercado foi assinada pelo então presidente Fernando Collor de Mello no dia 9 de maio de 1990.

Os valores pedidos na época eram inimagináveis. Em uma conversão direta com base nas cotações recente do dólar, um sedã BMW 325i custaria o equivalente a R$ 600 mil nos dias de hoje —e era até mais, devido à inflação acumulada no período.

O país descobria que existiam mais multimilionários do que se imaginava por aí, um público menos sensível às crises. Nesse ponto, as coisas não mudaram tanto.

Evandro Ávila, diretor da loja Automotive São Paulo (especializada na importação de carros exclusivos), diz que as vendas de modelos que custam mais de R$ 500 mil não foram tão afetadas pela pandemia do novo coronavírus. O impacto, segundo ele, é mais percebido na faixa que vai de R$ 250 mil a R$ 499 mil.

Havia consumidor que pagava uma fortuna por modelos que não tinham glamour em seus países de origem, pois chegava de tudo. Aventureiros traziam carros americanos via Miami, o que explica os Saturns, Buicks e Lincolns dos anos 1990 que vez por outra são vistos por aí.

Versões atuais de alguns dos carros mais desejados daquele período hoje são produzidos no Brasil e vendidos a preços proporcionalmente menores do que os praticados em 1990, mas a alta do dólar tem dificultado as operações.

A Audi é pioneira entre as marcas de luxo alemães: foi a primeira a montar um carro aqui, o Audi A3. A produção começou em 1999 em parceria com a Volkswagen, na cidade de São José dos Pinhais (PR). Hoje, a empresa estuda a possibilidade de nacionalizar peças e produtos.

“A produção da nova geração do A3 Sedan, assim como a do novo Q3, segue em análise. Estamos aguardando algumas regulamentações específicas do Programa Rota 2030 para avançar com a decisão. Nacionalização de componentes e redução de custos de produção fazem parte da discussão, mas é cedo para falar disso antes destas outras definições. O cenário atual não está ajudando”, diz Johannes Roscheck, presidente da Audi Brasil.

A BMW também faz contas. De acordo com Mathias Hofmann, diretor-geral da fábrica da marca em Araquari, a empresa sempre busca oportunidades para nacionalizar peças e componentes, aumentando a participação de conteúdo nacional em seus veículos.

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