Eduardo Sodré

Jornalista especializado no setor automotivo.

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Descrição de chapéu carro elétrico

Van elétrica da Ford chega ao Brasil e confirma transição energética no setor de entregas

E-Transit se junta a opções oferecidas por Stellantis, BYD, Renault e JAC Motors

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O segmento de logística para entregas urbanas acelera o processo de descarbonização das atividades. O movimento, que é puxado pelas gigantes do ecommerce, leva à chegada de comerciais leves elétricos ao mercado nacional. O lançamento mais recente é a van Ford E-Transit, importada da Turquia. As vendas no Brasil tiveram início em fevereiro.

Empresas como Mercado Livre, DHL e FedEx têm investido na substituição gradativa de furgões e pequenos caminhões a diesel por modelos que não emitem fumaça. A aplicação se dá no "last mile" (última milha, em inglês), expressão que se refere ao trecho final do transporte.

Esses veículos retiram as mercadorias nos centros de distribuição —em geral, localizados às margens de rodovias que cortam regiões metropolitanas— e fazem a distribuição dentro das cidades.

Ford e-Transit nas versões furgão (à esq.) e chassi na pista de testes
Ford e-Transit é comercializada em versões furgão (à esq.) e chassi - Divulgação

Para atender a esse segmento, a Ford fez diferentes medições de autonomia com a linha e-Transit no país, que é capaz de transportar até 2.100 quilos. Sem carga, a autonomia é estimada em 300 quilômetros.

"Com carga, os testes mostram capacidade para rodar 260 quilômetros. Os motoristas não têm demonstrado ansiedade, já que os trajetos são predeterminados", diz Guillermo Lastra, diretor de veículos comerciais da Ford América do Sul. Em geral, a recarga é feita à noite em plugues instalados nos centros de distribuição.

O preço, contudo, é elevado. A E-Transit é anunciada por R$ 542 mil nas versões furgão e chassi, o que é praticamente o dobro cobrado pelas opções a diesel. O valor, contudo, não impediu que 300 unidades fossem encomendadas antes mesmo do lançamento oficial.

Em contrapartida, as montadoras que atuam no setor apresentam dados como os menores custos de manutenção e de abastecimento em relação aos modelos a combustão —além, claro, de mostrar a redução de emissões nas cidades.

A chinesa JAC Motors afirma que a ausência de itens como bomba de combustível, bicos injetores e sistema de escapamento reduzem os gastos com oficina em mais de 50% em comparação aos comerciais movidos a diesel.

Linha de produção da van Renault Kangoo em Maubeuge, na França - François Lo Presti/AFP

Gigantes do ecommerce têm feito seguidos anúncios sobre frotas de automóveis comerciais elétricos. Em junho de 2023, o Mercado Livre confirmou a compra de mais 400 veículos desse tipo. Um dos modelos mais usados nas entregas da empresa é a van compacta Renault Kangoo E-Tech, que custa R$ 259.990 e pode transportar até 800 quilos de carga.

A DHL Supply Chain tem cerca de cem modelos 100% elétricos em sua operação no Brasil. Os caminhões de pequeno porte utilizados por empresas como a multinacional Mondelez aparecem em destaque, e uma das opções usadas é o VUC (veículo urbano de carga) E-JT 12,5, da JAC Motors. A marca calcula que o veículo pode transportar 8,6 toneladas, com autonomia para rodar entre 160 km e 250 km. O preço sugerido é de R$ 729,9 mil.

Com a E-Transit, a Ford entra na zona intermediária do transporte urbano de mercadorias, mas com um veículo de maior porte. As principais concorrentes são as vans gêmeas do grupo Stellantis: Fiat e-Scudo, Citroën e-Jumpy e Peugeot e-Expert, que custam R$ 334.990 e podem carregar 1.500 quilos.

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