Eduardo Sodré

Jornalista especializado no setor automotivo.

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Descrição de chapéu carro elétrico

BYD lança Dolphin Mini, carro elétrico que vai competir com modelos compactos flex

Hatch importado da China custa R$ 115,8 mil no mercado nacional; preço é maior do que o esperado

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Um dos carros elétricos de menor preço no Brasil tem regulagens elétricas no banco do motorista. O detalhe chama a atenção assim que a porta do chinês BYD Dolphin Mini é aberta.

O modelo lançado oficialmente nesta quarta (28) custa a partir de R$ 115,8 mil. Quem optou pela reserva feita por meio do site Mercado Livre durante a pré-venda —que teve início no domingo (25)— terá direito a um bônus de R$ 10 mil e mais um carregador avaliado em R$ 7.000. Foram reservadas 6.500 unidades nessa fase. A marca afirma que há carros para entrega imediata.

BYD Seagull vai se chamar Dolphin Mini no Brasil; na foto, carro de frente na cor amarela; estreia ocorre no primeiro trimestre de 2024
BYD Seagull se chama Dolphin Mini no Brasil; hoje importado da China, modelo será produzido em Camaçari (BA) - Divulgação

Durante a revelação do modelo, o apresentador Luciano Huck, que é um dos embaixadores da marca no Brasil, disse que o veículo será produzido no Brasil. A montadora adquiriu as antigas instalações da Ford, em Camaçari (BA).

O valor regular é competitivo, mas ficou acima do esperado. A expectativa era de que o elétrico chinês tivesse preço inicial abaixo de R$ 100 mil, o que só deve acontecer quando versões mais simples forem lançadas. Existem opções com bateria de menor capacidade, que devem chegar ao Brasil. Hoje, o elétrico mais barato é o Renault Kwid E-Tech (R$ 99.990).

O Dolphin Mini entra no mercado de hatches compactos com câmbio automático, a exemplo dos automóveis flex Volkswagen Polo ( a partir de R$ 99.990 nas versões automáticas) e Chevrolet Onix AT (R$ 100.730).

Luciano Huck apresenta o BYD Dolphin durante evento em São Paulo.
Luciano Huck apresenta o BYD Dolphin Mini durante evento em São Paulo - Eduardo Sodré/Folhapress

Mas o "Dolphinho" é menor: são 3,78 metros de comprimento, enquanto os concorrentes a combustão têm entre 20 cm e 30 cm a mais. Essa diferença é percebida no porta-malas. A capacidade do BYD é de 230 litros, enquanto os concorrentes oferecem por volta de 300 litros.

Na cabine, contudo, há espaço suficiente para quatro adultos. A plataforma dedicada a carros elétricos permite um melhor arranjo, com 2,50 metros de distância entre os eixos e balanços (distância entre os centros das rodas e as extremidades do carro) curtos.

O carro testado veio com interior forrado em azul e cinza. Os materiais usados imitam couro e têm boa aparência. Na China, seu nome é Seagull, gaivota em inglês). O carro faz parte da linha Ocean da montadora chinesa.

O Dolphin Mini oferece bom pacote de itens de série. Além do já citado ajuste do banco do motorista, há seis airbags, ar-condicionado, direção assistida, central multimídia com tela de sete polegadas e rodas de liga leve aro 16.

À frente do motorista há um pequeno quadro digital de instrumentos, que pode exibir até a pressão e a temperatura dos pneus. O painel central é maior e concentra as informações dos sistemas multimídia e de ar-condicionado. É preciso alternar as telas para comandar uma ou outra função.

Essa alternância pode ser feita por meio de comandos de voz, mas nem sempre funciona. Embora esteja configurado para o português, é preciso encontrar as palavras certas para ter as ordens atendidas.

Embora tenha comando digital, o ar-condicionado não tem regulagem grau a grau. Há até duas barras virtuais de regulagem da temperatura, mas o sistema não é bizona. Se o carona mexer no seu ajuste, a mudança será repetida no lado do motorista.

Em movimento, o Dolphin Mini parece mais ágil que os seus 75 cv fazem supor. Com 1.180 kg —360 kg a mais que um Renault Kwid flex—, o compacto chinês aproveita o torque instantâneo do motor elétrico e é ligeiro no trânsito urbano. A BYD afirma que a aceleração do zero aos 100 km/h é feita em 14,5 segundos.

Na avaliação feita pelas ruas da região central e da zona sul de São Paulo, foi possível estimar uma autonomia de 350 km. As baterias têm 38 kWh de capacidade, com potência máxima de 40 kW para recarga. Ou seja, o reabastecimento completo em tomadas do tipo CCS vai demorar cerca de uma hora.

A suspensão é firme, e o Dolphin sofre ao passar por ruas esburacadas. O eixo traseiro chega a dar um pulinhos, clamando por melhores condições do asfalto.

Pela combinação de pacote de equipamentos e preço, o novo BYD deve atrair muitos clientes que não cogitavam ter um carro elétrico. Será um aprendizado para esses consumidores, que terão de enfrentar algumas dificuldades com recarga e cálculo de autonomia para percorrer trechos mais longos.

A disputa ficará acirrada quando as chinesas JAC e GWM lançarem seus elétricos mais em conta. Haverá ainda os compactos híbridos flex, capazes de rodar com gasolina, etanol e eletricidade. Enquanto essas novidades não são lançadas, o Dolphin Mini deve reinar como o "carro verde" mais acessível.

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