Com a ida de militares às terras dos yanomamis em missão de socorro aos índios atormentados pelo garimpo e com o voo da Força Aérea para ajudar os chilenos a controlar incêndios florestais, as Forças Armadas brasileiras retornam a uma de suas virtuosas atribuições.
Como diria o poeta Cacaso, o vinagre vira vinho.
Durante a ditadura, ele escreveu:
Ficou moderno o Brasil
ficou moderno o milagre:
a água já não vira vinho,
vira direto vinagre.
Bolsa Vermeer
O Rijksmuseum de Amsterdã abriu uma exposição inesquecível, daquelas que só acontecem em décadas. Mostra 28 pinturas de Johannes Vermeer (1632-1675). Um prodígio, porque hoje existem menos de 40 quadros do artista com autenticidade comprovada. Há 30 anos, outra mostra juntou apenas 21.
De graça, o site do Rijksmuseum oferece na rede um serviço excepcional para quem tiver algum tempo para jogar fora. Numa visita eletrônica perfeitamente calibrada e narrada pelo inglês Stephen Fry (com legendas em inglês) vai-se por cada um dos quadros, com explicações didáticas e eruditas. Com cerca de cinco minutos para cada tela, percebem-se detalhes pelos quais se poderia passar batido. As pérolas das garotas, os tapetes em cima das mesas ou o erotismo em diversos lábios.
Como na rede pode-se ver os quadros sentado e como não é preciso ver todos de uma vez, o Rijksmuseum deu ao mundo uma verdadeira Bolsa Vermeer. Não custa lembrar que o pintor levou uma vida dura. Criou 11 filhos, morreu arruinado aos 43 anos e sabe-se muito pouco de sua vida. Um de seus patronos era padeiro. Por séculos Vermeer foi tão subestimado que punham nomes de outros em suas telas. Seu "O Concerto", roubado de um museu de Boston, nunca mais foi visto. Valeria US$ 250 milhões.
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