Desde o dia 7 de fevereiro de 2024, as menções ao tenente-coronel Mauro Cid se mantêm elevada nos grupos públicos de WhatsApp e Telegram analisados pela Palver.
Na última sexta-feira (22), a mensuração atingiu o patamar mais alto desde que a medição é realizada. A prisão do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) movimentou não apenas os grupos de política, mas foi dominante nas postagens de TikTok, Reddit e também portais de notícias.
A movimentação nas redes acerca do tema começou a crescer ainda na quinta-feira (21), por causa do vazamento da gravação em que Mauro Cid faz comentários sobre sua delação.
Vídeos, imagens, áudio e mensagens sobre o vazamento inundaram os grupos de mensageria. Além disso, muitos links do YouTube em que os autores reagem aos comentários de Cid, pequenos portais de notícias e links para outras redes sociais circularam com muita intensidade.
No dia 11 de fevereiro, uma mensagem começou a rodar nos grupos apontando que a revista Veja teria vazado trechos da delação de Mauro Cid nos quais ele tenta "livrar" Jair Bolsonaro. A mesma mensagem finaliza com a pergunta: "Mauro Cid vai perder a delação premiada!?". Em um dos grupos em que a mensagem foi enviada, um usuário reage com ironia: "Veja tá te deixando doido".
Após o vazamento dos áudios, um vídeo que foi amplamente divulgado nos grupos traz o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) mostrando e reagindo às falas de Mauro Cid.
O deputado diz que o tenente-coronel está sofrendo tortura psicológica e finaliza com críticas ao que ele chama de "sistema" e de que Cid estaria sendo pressionado a ajudar a "condenar pessoas que já estariam condenadas na cabeça deles", concluiu o parlamentar.
Os termos "tortura", "ditadura" e "Gestapo" foram bastante associados aos comentários sobre os áudios de Cid. Algumas das mensagens traziam conteúdos questionando a credibilidade da delação, e que o tenente-coronel foi "colocado em pau de arara" para que pudesse confessar "o que não aconteceu".
Um dos usuários utilizou a expressão "não passarão" ao criticar as "torturas pela PF para enquadrar Bolsonaro".
Em um dos áudios, Mauro Cid reclama de que teria sido o único prejudicado nas investigações, e que até Bolsonaro teria se beneficiado, uma vez que recebeu Pix de milhões, e, portanto, "está milionário" e que a exposição o ajudaria eleitoralmente. Em reação a esse trecho, usuários reagiram pedindo o Pix do tenente-coronel, para que pudessem também ajudá-lo.
Outra reação bastante comum nos grupos foi o pedido de intervenção militar. Uma das mensagens incitava os membros do grupo para que fossem novamente à frente dos quartéis e exigissem a soltura de Mauro Cid. Outro texto divulgado fazia uma provocação aos militares dizendo "atenção coronéis do exército, um dos seus está lá dentro" e questiona até quando seria permitida "essa bagunça no Brasil".
O pastor Silas Malafaia gravou um vídeo, que também circulou nos grupos, em que aponta o momento "gravíssimo" do Brasil e acusa o ministro Alexandre de Moraes de ser um "ditador da toga".
Na sexta-feira (22), após a prisão de Cid, as mensagens foram ainda mais contundentes nas críticas a Moraes. Uma das imagens enviadas traz o apresentador Tiago Pavinatto citado entre aspas "Ou o Brasil prende o Moraes ou o Moraes prende o Brasil".
Nos grupos de esquerda, que pouco reagiram aos áudios de Cid na quinta-feira (21), as mensagens começaram a circular mais fortemente após sua prisão na sexta-feira (22).
Alguns usuários trouxeram explicações sobre o porquê da prisão do tenente-coronel. Muitas mensagens apontaram o jogo duplo de Cid, e também houve aqueles que ironizaram o desmaio sofrido pelo militar após saber que voltaria à prisão.
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