Encaminhado com Frequência

Editada por Felipe Bailez e Luis Fakhouri, fundadores da Palver, coluna traz perspectivas sobre os dados extraídos de redes sociais fechadas

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Encaminhado com Frequência
Descrição de chapéu Governo Lula

Haddad desbanca ataques bolsonaristas e agita as redes sociais

Nos grupos públicos de WhatsApp e Telegram, ministro se destaca pelo uso de analogias e frases de efeito ao responder na Câmara

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Na quarta-feira (22), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participou de uma audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação na Câmara dos Deputados. As respostas do ministro repercutiram amplamente nas redes sociais e na imprensa tradicional. O uso de frases de efeito, analogias e sarcasmo deram tom de entretenimento à audiência.

Grande parte da atividade parlamentar ocorre longe dos holofotes e isso pode ser frustrante aos que foram eleitos graças ao sucesso da comunicação digital. Não são muitas as oportunidades que os parlamentares dispõem para gerar conteúdos e manter a base de apoiadores inflamada.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad - Gabriela Biló - 9 mai. 2024/Folhapress

A presença de ministros na Câmara dos Deputados se torna fruto de grande interesse, principalmente se forem os ministros do primeiro escalão do governo. Nesses momentos, abre-se a chance de fazer uso da mídia tradicional para geração de conteúdo e engajamento nas redes sociais, mas o tiro pode sair pela culatra. Foi assim com a presença de Haddad no Congresso.

No monitoramento realizado pela Palver em mais de 70 mil grupos públicos de WhatsApp e Telegram, os conteúdos que viralizaram traziam as respostas de Haddad às tentativas de alguns parlamentares de "lacração" nas redes sociais.

Uma das respostas de maior repercussão foi aquela dada ao deputado Abilio Brunini (PL). O parlamentar acusa Haddad de ser um negacionista da economia, ao que o ministro respondeu trazendo questões ligadas à cultura, artes, vacinação e ao terraplanismo.

Haddad fez uso de falas pausadas e de efeito em cada um dos pontos de discussão. Em um dos momentos, ao rebater as críticas do deputado, Haddad respondeu que "o bolsonarismo tem dificuldade com as artes", e que tem dificuldade com a diversidade cultural, "o senhor gosta de monocultura".

A estratégia adotada por Abilio Brunini precisa ser observada com atenção, pois ao mesmo tempo em que dá palanque para que Haddad possa se destacar e ganhar a atenção das redes sociais e da imprensa tradicional, também abre portas para si próprio. Os gráficos da Palver apontam uma curva de crescimento acentuada nas menções ao parlamentar.

Se para o campo da direita, representado por Brunini, há um prejuízo em decorrência da exposição dada a Haddad, para o parlamentar a repercussão é positiva, uma vez que ganhou destaque na mídia tradicional e aumentou seu engajamento.

Além disso, para seus apoiadores, Brunini fez recortes de vídeos se colocando em posição de vantagem, sem apresentar a resposta completa do ministro Fernando Haddad, dando a entender que venceu o embate.

Paralelamente à repercussão da ida de Haddad ao Congresso, os grupos públicos de direita no WhatsApp e Telegram estavam disseminando desinformação sobre a tragédia no Rio Grande do Sul, tentando emplacar uma falsa narrativa de que as enchentes teriam sido planejadas e executadas previamente.

Esse não é necessariamente um tema novo nas redes sociais, pois há mais de duas semanas já existe essa falsa narrativa se disseminando. Nessa nova investida, contudo, há uma enorme riqueza de detalhes inventados com o objetivo de transmitir veracidade e confidencialidade.

Na mensagem que mais se espalhou nos grupos públicos de WhatsApp e Telegram, o texto indica que hackers teriam invadido os celulares de diversos políticos do Brasil e identificado o planejamento da tragédia, e de que a responsabilização seria do PT (Partido dos Trabalhadores) e do governo federal.

O objetivo dessas mensagens é de diminuir a credibilidade das instituições, ao mesmo tempo em que desperta o sentimento de raiva e indignação nas pessoas que leem o texto, acreditando que há um plano em voga para diminuir parte da população, e que essa redução populacional estaria ligada à agenda 2030.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.