Alckmin perde capital político em disputa interna do PSDB
Alexandre Carvalho/A2 Fotografia | ||
Alckmin vistoria obras da futura estação Jardim Planalto, da linha-15 prata do Metrô paulista |
SÃO PAULO - Há menos de quatro meses, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) celebrava a vitória em primeiro turno de sua cria João Doria como prefeito de São Paulo. A candidatura presidencial em 2018 parecia reservada a ele por direito divino. Era o Super Chuchu.
Seus rivais internos, Aécio Neves e José Serra, engoliram em seco, esperando a hora da vingança. E como ela tem sido doce. O capital político do filho de Pindamonhangaba sofreu avarias nesses parcos cem dias.
Seu nome surgiu na delação de um ex-executivo da Odebrecht, que relatou repasse de R$ 2 milhões para campanhas em 2010 e 2014, via caixa dois. Um dos trunfos alckmistas era o fato de o governador ter passado incólume pela Lava Jato. Não mais.
Dentro dos muros tucanos, o governador está irreconhecível. Após a tacada de mestre com Doria, levou duas rasteiras que colocam em dúvida seu profissionalismo nessa área.
Assistiu atônito à manobra de Aécio para prorrogar seu mandato como chefe do partido, o que solidifica o comando do mineiro sobre a máquina tucana, fundamental para a definição do candidato presidencial.
Pior, rachaduras começaram a aparecer em seu próprio quintal, entre o comando do PSDB paulista e a ala ligada ao vice-governador e possível sucessor no Palácio dos Bandeirantes, Márcio França (PSB).
Restava a "gestão", marca que Alckmin tenta capitalizar, mas a lambança em torno do aumento das passagens não ajudou. Primeiro, o governador armou a tentativa de fugir de um oficial de justiça que portava a ordem de proibir o reajuste. No final, teve de capitular, o que gera novos problemas financeiros para um Estado com as contas pressionadas.
A força relativa dentro do PSDB que o governador conquistou há tão pouco tempo se foi. O cenário para os tucanos é de dois polos, representados por Alckmin e Aécio, guerreando no próximo ano, com Serra atuando como um pêndulo. Está aí um bom caminho para uma derrota eleitoral.
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