Com o lançamento do jingle do candidato Luiz Inácio Lula da Silva, com artistas como Pabllo Vittar, Martinho da Vila, Duda Beat, Maria Rita e Lenine, a equipe de Jair Bolsonaro decidiu produzir uma música mais impactante do que "Lula Lá".
A assessoria do presidente saiu em uma corrida para recrutar os artistas bolsonaristas mais relevantes da atualidade. Como "bolsonarista" e "relevância" são duas palavras antônimas, a equipe apelou para qualquer indivíduo que já tivesse gravado uma música ou, até mesmo, não feito nada, o que é uma característica comum entre os apoiadores de Bolsonaro.
Um dos grandes nomes a favor de Bolsonaro, Paulo Cintura vai animar os backing-vocals. Na música, o ex-integrante da "Escolinha do Professor Raimundo" vai trocar o bordão "saúde é o que interessa, o resto não tem pressa" por "saúde pode esperar, a economia não pode parar".
Dono de um único sucesso no axé, o autodeclarado "gay conservador" Netinho se diz um "soldado de Bolsonaro", como uma ovelha defende o lobo. Vê na campanha uma chance de emplacar algum sucesso, já que o autor de "Milla" proibiu o uso da canção, avisando que a musa é de esquerda.
Depois de ser substituída por Mario Frias na secretaria da Cultura e continuar apoiando Bolsonaro, Regina Duarte provou não se abalar diante de qualquer humilhação. Vai cantar versos como "eu tenho medo", "pum do palhaço faz a alegria da criançada" e "caipirinha de maracujá".
Um nome de peso para a campanha é Digão do Raimundos. Lembra dele? Nós também não. Mas em recente entrevista, disse que vai votar 22 mesmo sem apoiar o presidente, mostrando que, assim como o McPicanha, dá para ser bolsonarista sem Bolsonaro.
Outro artista que deve integrar o time é Roger do Ultraje a Rigor. O fato de ter feito sucesso apenas nos anos 1980 explica seu amor por governos medíocres e alta inflação. Com a migração de Patati Patatá para o Podemos, vai cumprir a cota de artistas infantis.
Uma equipe de publicitários e integrantes da quinta série já foi contratada para escrever a canção. A referência teria sido "We Are the World", mas, em vez do fim da fome na África, a canção vai defender o fim da fome de picanha e leite condensado do Exército. Os cachês serão pagos em 27 depósitos, no total de R$ 89 mil.
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