Foi em vão a medida de Raul Araújo, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), contra a organização do festival do Lollapalooza, proibindo artistas que se manifestassem e gritassem "fora, Bolsonaro" durante as apresentações.
O partido do presidente, o PL, foi responsável pela ação para impedir que artistas puxassem gritos de "fora, Bolsonaro" das multidões. No período do festival, ficou proibido dizer "fora, Bolsonaro". Reivindicações de integrantes do PL alegavam que a plateia poderia ouvir um artista gritar "fora, Bolsonaro" e, realmente, desejar que o pedido "fora, Bolsonaro" fosse atendido.
A ação veio após as primeiras apresentações de artistas como Pabllo Vittar e Marina, que gritaram "fora, Bolsonaro", o que foi repetido pela multidão. "Gritar ‘fora, Bolsonaro’ pode influenciar um número altíssimo de eleitores, o que justifica a proibição de falar ‘fora, Bolsonaro’", disse um integrante do PL.
Bolsonaro teria apoiado a decisão, que previa multa de R$ 50 mil para quem gritasse "fora, Bolsonaro".
Os artistas, entretanto, não se abalaram com o valor da pena e repetiram "fora, Bolsonaro" ainda mais entusiasmados.
Legalmente, os atos da Justiça Eleitoral de proibir manifestações de "fora, Bolsonaro" são inconstitucionais.
Também produzem um efeito contrário. No caso do Lollapalooza, tornou-se obrigatório que todos os artistas gritassem "fora, Bolsonaro".
Solidária, a cantora Anitta se ofereceu para pagar a multa para quem gritasse "fora, Bolsonaro" e também abriu mão de uma bolsa nova ao gritar "fora, Bolsonaro".
O PL, após ver que o tiro saiu pela culatra, desistiu da ação para tentar impedir que dissessem "fora, Bolsonaro".
Nos bastidores, dizem que a decisão de recuar veio do próprio Bolsonaro, que teria ficado irritado ao ver que milhares de jovens gritavam mais intensamente "fora, Bolsonaro".
Após reconhecer que proibir gritar "fora, Bolsonaro" seria censura, o ministro Raul Araújo também voltou atrás, reconhecendo que todos os artistas têm garantida pela Constituição ampla liberdade de gritar "fora, Bolsonaro".
Realizada a revogação, o caso fica definitivamente encerrado e todos estão autorizados a gritar "fora, Bolsonaro".
Opositores já organizam um "Forabolsonaraço" para ser marcado em breve.
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