Hélio Schwartsman

Jornalista, foi editor de Opinião. É autor de "Pensando Bem…".

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Hélio Schwartsman
Descrição de chapéu Rússia

Invasão da Ucrânia é ilegal, imoral e burra

Rússia deu à Otan uma boa razão para existir e até para se expandir.

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Ilegal, imoral e burra. É assim que eu classificaria a decisão de Vladimir Putin de invadir a Ucrânia. O autocrata russo até que vinha se saindo bem em sua queda de braço com o Ocidente. Estava conseguindo explorar com relativo sucesso as divisões entre europeus e americanos e, se insistisse, poderia alcançar alguns de seus objetivos sem disparar um único tiro. Mas, ao promover um conflito de larga escala, Putin se expõe à tirania das incertezas.

Com efeito, até aqui o jogo era essencialmente definido pelas escolhas do próprio Putin e de meia dúzia de líderes mundiais. Com a guerra, qualquer comandante de pelotão pode deflagrar escaladas sem volta. Quatro países da Otan têm fronteira com a Ucrânia. Uma escaramuça mal resolvida num deles pode, ao menos no papel, arrastar a aliança militar ocidental para um embate direto com tropas russas.

Ciberataques, que agora fazem parte do arsenal de armas das potências, são uma novidade com a qual o mundo ainda não aprendeu a lidar, o que constitui mais uma preocupante fonte de instabilidades.

Mesmo fora do reino dos imponderáveis, o prejuízo russo é certo. Ainda não vimos a fatura total das sanções econômicas que recairão sobre Moscou, mas elas agora serão mais gravosas e aplicadas de forma mais resoluta. Os russos dependem mais das compras de seus clientes ocidentais do que o contrário, em especial se os europeus se conformarem em pagar mais caro pela conta de energia.

A guerra de agressão promovida por Putin também tem repercussões geopolíticas. Ainda não sabemos bem se ele planeja ocupar a Ucrânia –e não é trivial controlar um país com 44 milhões de habitantes--, mas o simples fato de tê-la invadido já muda o jogo substancialmente.

A Rússia, que não parecia ter uma agenda claramente expansionista, agora tem. E isso dá à Otan, que era uma instituição em crise de identidade, uma boa razão para existir e até se expandir.

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