O homem não é o único animal que sua, mas ele é o que mais sua. O corpo humano tem entre 2 milhões e 5 milhões de poros pelos quais extravasamos líquido, muito mais que o número encontrado em outros animais. E por que suamos? Porque é um sistema muito eficiente para resfriar o corpo e evitar o superaquecimento, um problema potencialmente fatal, que pode levar ao colapso de órgãos e da maquinaria celular.
E por que suamos mais que os outros bichos? Aqui é mais difícil cravar respostas definitivas, mas isso provavelmente tem a ver com o fato de termos poucos pelos, adotarmos o bipedalismo e sermos uma espécie "maratonista", isto é, capaz de perseguir presas por longas distâncias.
"The Joy of Sweat" (o prazer do suor), de Sarah Everts, é um livro estranho, mas divertido. A ideia central é levar o leitor para um mergulho na ciência do suor, o que a autora faz. Mas ela também nos leva para as adjacências da sudorologia propriamente dita, onde encontramos coisas bem esquisitas. Por US$ 60, você pode adquirir um exemplar (e a licença) do "Guia Padrão para Avaliação Sensorial de Odores Axilares".
Sim, é isso mesmo que você leu, um manual para cheirar sovaco. E não, não é coisa de pervertidos sexuais, mas uma demanda real da bilionária indústria de cosméticos, que precisa saber se seus produtos funcionam.
Para os mais interessados em sexo, o livro mostra que existe um vínculo entre cheiros pessoais, que têm a ver com o mix único de compostos exalados por cada indivíduo e das bactérias residentes em sua pele, e atração sexual, mas ninguém ainda conseguiu traduzir isso em ciência sólida nem em produtos farmacêuticos que funcionem de verdade. Seria uma mina de ouro.
Everts ainda consegue enfiar no livro considerações sobre saunas e as patologias ligadas à perspiração. O livro pode ser resumido como tudo o que você gostaria (e o que não gostaria) de saber sobre o suor.
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