Hélio Schwartsman

Jornalista, foi editor de Opinião. É autor de "Pensando Bem…".

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Hélio Schwartsman

Livro explica como o mundo enriqueceu

Dois séculos atrás, 94% dos terráqueos viviam com menos de US$ 2 por dia

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Você, leitor, trocaria de lugar com um nobre inglês do ano 1200? É verdade que, se o fizesse, teria vários servos à sua disposição e teria acesso aos benefícios políticos de ser um membro do estamento superior. Mas teria de viver num castelo muito pouco confortável, veria vários de seus filhos morrerem na infância e teria uma grande chance de sucumbir por doenças hoje facilmente tratáveis. A diarreia matou dois reis ingleses; a varíola, outros dois. E o mundo era bem mais pobre também.

Dois séculos atrás, 94% dos terráqueos viviam com menos de US$ 2 por dia (dólares de 2016). Em 2015, menos de 10% da população mundial vivia com menos de US$ 1,90 por dia. Dez por cento de 8 bilhões é muita gente, e US$ 1,90 por dia está longe de ser o resgate de um rei, mas parece inegável que houve progresso.

A ilustração de Annette Schwartsman, publicada na Folha de São Paulo no dia 23 de outubro de 2022, mostra, sob um fundo azul turquesa, dois homens. Do lado esquerdo, um nobre do século 13 paramentado com os trajes de época: túnica dourada com mangas justas e adornos, calças justas vermelhas, sapatos de pontas pontiagudas e coroa e cetro dourados. Ao seu lado, à direita, o outro homem é um mendigo e veste calças cinzas, casaco azul escuro, camisa bordô, gorro e luvas verdes e carrega duas sacolas, uma amarela e outra rosa choque.. (Foto: Annette Schwartsman)
Ilustração de Annette Schwartsman

A pobreza absoluta, que já foi o estado geral do planeta, é cada vez menos comum. Como o mundo enriqueceu? É a essa pergunta que Mark Koyama e Jared Rubin tentam responder em "How the World Became Rich". O que distingue esse livro de títulos semelhantes é que os autores não se limitam a promover sua teoria favorita, mas recorrem a um punhado delas e tentam articulá-las umas com as outras.

Assim, vamos encontrar explicações calcadas na geografia, nas instituições, na demografia, na cultura e no colonialismo. Separadas, todas elas exibem buracos, mas, juntas, dão uma ideia bem aproximada de como diferentes nações se tornaram muito mais ricas nos últimos séculos.

É bom insistir que não existem receitas infalíveis. Muitas vezes, o que funciona num contexto se torna desestabilizante em outro. A partir do século 16, as partes do Novo Mundo que mais foram agraciadas pela geografia se tornaram as colônias mais exploradas e, assim, acabaram ficando com instituições piores, pelo que até hoje pagam um preço. Basicamente, estamos melhorando, mas ainda há muito a fazer.

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