Hélio Schwartsman

Jornalista, foi editor de Opinião. É autor de "Pensando Bem…".

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Hélio Schwartsman

Livro narra saga de adoção de filhote destrinchando a psicologia canina

Cães desenvolveram grupos musculares que lhes permitem expressões faciais "fofas"

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Muitas pessoas aproveitaram os meses de isolamento da pandemia para adotar um filhote de cachorro. Alexandra Horowitz é uma delas. Mas ela, e nisso Horowitz se distingue da maioria, é cientista cognitiva especializada em cães e escritora experiente (antes de dedicar-se à psicologia canina, ela ganhava a vida como lexicógrafa). A experiência virou livro: "The Year of the Puppy" (o ano do filhote).

Num outro lance incomum entre tutores, Horowitz teve oportunidade de acompanhar a ninhada da qual escolheria seu filhote desde o nascimento. Assim, ela vai contando como os cachorrinhos se desenvolvem a cada semana. Até a terceira semana, eles são extremamente dependentes. Precisam da mãe até para defecar e urinar. Mas vão muito rapidamente ganhando habilidades e autonomia, com as quais forjarão as experiências que constituirão sua personalidade única.

A ilustração de Annette Schwartsman, publicada na Folha de São Paulo no dia 16 de outubro de 2022, mostra, sob um fundo rosa bebê, um filhote de cachorro cinza de olhos azuis fofo e com o olhar meigo.
Ilustração de Annette Schwartsman

Horowitz mostra como é rica a vida psíquica dos cães. Eles apresentam até versões rudimentares de uma teoria da mente, isto é, têm consciência do que outras criaturas possam estar pensando. Sem essa competência, é difícil explicar por que eles esperam o tutor sair da sala para roubar guloseimas deixadas propositalmente a seu alcance e por que, quando o tutor volta, reagem como culpados.

A coevolução com humanos deve ter algo a ver com isso. Cães, ao contrário de lobos, desenvolveram grupos musculares, como o "levator anguli oculi medialis" e o "retractor anguli oculi lateralis", que lhes permitem expressões faciais "fofas" às quais humanos respondemos indulgentemente.O livro não é só ciência. Horowitz descreve com muito bom humor e ambições literárias como Quid (forma abreviada de Quiddity, quidade), a filhotinha que escolheu, foi pouco a pouco se integrando à família, composta por ela, marido, filho, dois cães mais velhos e um gato. Fala também do horror vivido pelos esquilos, aos quais Quid até hoje não dá sossego.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.