Hélio Schwartsman

Jornalista, foi editor de Opinião. É autor de "Pensando Bem…".

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Hélio Schwartsman
Descrição de chapéu Folhajus TSE São Paulo

Dilemas de juiz

Candidatura de Pablo Marçal oferece amplo cardápio de irregularidades para eventual ação da Justiça Eleitoral

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

É difícil a vida dos juízes eleitorais. Não faltam irregularidades na candidatura de Pablo Marçal (PRTB) à prefeitura paulistana. Elas começam antes mesmo da convenção partidária que lhe deu legenda.

Há uma disputa em torno do controle do PRTB. Alas do partido contestam a legitimidade do atual presidente da sigla e, por conseguinte, de suas decisões, o que poderia ter impacto sobre a candidatura de Marçal. O caso está no TSE.

Mais concretos são os problemas na convenção propriamente dita. A maioria dos membros da comissão que chancelou o nome de Marçal não tinha ao menos seis meses de filiação ao partido, o que é uma violação aos estatutos da legenda. Provar isso não exige mais do que as fichas de filiação e um calendário.

Um homem com cabelo escuro e bem cortado está falando em um microfone. Ele usa um paletó azul e parece estar em um ambiente iluminado com luzes azuis. Ao fundo, há uma parede com listras e um sinal de parada.
O candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, durante o podcast Inteligência Ltda. - YouTube/Inteligência Ltda

Subindo na escala de gravidade, há fortes indícios de que Marçal ofereceu dinheiro a simpatizantes que trabalhassem para a candidatura editando filmes para as redes sociais, o que configura abuso de poder econômico. Como deve o juiz eleitoral proceder diante disso e de outras suspeitas que pesam sobre Marçal? Sou da opinião de que, se a Justiça vai intervir, é sempre preferível impugnar um postulante a cassar um candidato eleito.

Também penso que é sempre melhor ir atrás das irregularidades mais graves. A legislação eleitoral brasileira e as resoluções do TSE que a complementam são tão detalhistas que é fatal que qualquer candidatura apresente algum problema.

Mas, quando há um ilícito grave difícil de provar e um menos grave fácil, não acho que a Justiça deva se intimidar. Você não deixa um tipo perigoso como Al Capone solto só porque os promotores conseguiram montar apenas um caso de sonegação fiscal e não de homicídio.

Há, porém, um preço a pagar. Uma segunda decisão da Justiça Eleitoral contra um candidato da extrema direita (a primeira foi a inelegibilidade de Bolsonaro) aprofundaria ainda mais a polarização afetiva que já divide os brasileiros.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.