Josimar Melo

Jornalista, crítico gastronômico, curador de conteúdo e apresentador do canal de TV Sabor & Arte

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Josimar Melo

Pandemia sem folia

Carnaval (já) não me atrai. Hoje troco por hotéis sem aglomeração

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A folia do carnaval não me atrai especialmente. Considerando que neste ano a festa vai sendo adiada ou desidratada, não sou especialmente vítima desta circunstância, embora a lamente, pelo impacto nefasto sobre o turismo, os negócios e a alegria dos foliões.

Não sou carnavalesco, mas já caí na sedução da festa, poucas (mas inesquecíveis) vezes.

Cantor Bell, ícone do Carnaval de Salvador, arrasta multidão incrível no desfile de Carnaval de 2020 - Secom

Umas duas vezes em bailes de adolescência, nas sessões matinais de clubes.

Uma ou duas vezes na juventude enlouquecida, entregue à insanidade do trio elétrico na Bahia –que não sei se hoje é mais civilizado, mas, à época, acontecia à base de cotoveladas selvagens só amortecidas pelo álcool e pelas compensadoras paixões de minuto, nos raros momentos em que corpos se roçavam sem produzir hematomas.

Foi bem diferente muitos anos depois, quando, empolado num camarote chique, com comida, bebida, charutos e até banheiro, fiquei à altura (em metros) dos artistas que passavam em cima do trio elétrico.

Uma vez no desfile das escolas de São Paulo, onde ao tentar entrar no sambódromo sem ingresso, vi estrelas com o safanão do policial que me colocou de volta no meu lugar.

E duas vezes no desfile das escolas do Rio: na primeira, misturado ao público na arquibancada, completamente hipnotizado pela intensidade e ritmo da bateria; e outra num camarote chique, cafona, onde via celebridades (absolutamente dispensáveis), mas quase nada do desfile.

De resto, carnaval para mim fica mais próximo daquilo que, neste ano de pandemia que não acaba, talvez seja o melhor a fazer.

Um feriado prolongado estimula reuniões de família e amigos, mas, no momento atual, não seria melhor ficar com pessoas poucas e próximas? E mais do que nunca, procurando a tranquilidade de hotéis que permitam estar em lugares públicos, mas com privacidade, sem aglomerações.

Quem teve a sorte de não perder ganhos durante a pandemia, provavelmente também poupou compulsoriamente com a contenção de viagens e de restaurantes durante a quarentena.

Quem sabe valha a pena investir a poupança em hotéis que oferecem chalés privativos, atendidos pelas facilidades da hotelaria? Sem nem precisar enfrentar avião e aeroporto, escolhendo locais perto de casa (no meu caso, São Paulo)?

Como os dois últimos que visitei com estas características.

O Vila Rossa (www.villarossa.com.br) fica muito perto da capital, em São Roque, numa mancha de 350 mil metros quadrados de Mata Atlântica —natureza, ar puro, e até vinho produzido nas redondezas. O hotel tem muitas áreas livres, lagos, tirolesa, onde é possível passear com distanciamento; e chalés (chamados de lofts) cercados de jardins e com piscina privativa.

Estive também no Six Senses Botanique (sixsenses.com/pt/resorts/botanique), instalado em plena natureza na serra da Mantiqueira, com arquitetura e gastronomia integradas ao entorno, perto de Campos do Jordão.

Ali também existem chalés (as villas) fora do edifício da sede, com linda decoração, vista descortinada por paineis de vidro, calor das lareiras e até leitura dos livros que nada têm de meramente decorativos —escolhidos pelo editor Cassiano Elek Machado, são literatura e arte de primeira.

Um pouquinho mais longe, já estive num friozinho parecido em Visconde de Mauá, onde não faltam hotéis com este perfil, no meio de São Paulo e Rio, e também (perto para os cariocas) na região serrana de Petrópolis, onde um lugar como o hotel Casa Marambaia (casamarambaia.com.br), que fica numa antiga sede de fazenda, criou um condomínio ao redor com casas isoladas de temporada.

Enfim, a folia do carnaval (já) não me atrai. Mas existem alternativas. Sorte minha, especialmente em tempos de pandemia.

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