Tem mais de 40 anos de profissão. É formado em ciências sociais pela USP. Escreve às segundas, quintas e domingos.
Com Palmeiras e Santos na cola, o líder Corinthians precisa ganhar
Rubens Cavallari/Folhapress | ||
O técnico Fabio Carille observa partida do Corinthians contra o Fluminense, em Itaquera |
A rodada foi como o Brasileiro precisava: tanto o Palmeiras quanto o Santos venceram e estão a apenas seis pontos do líder Corinthians, que joga nesta noite, no Estádio Nilton Santos, contra o Botafogo.
O Palmeiras desde que Cuca foi embora passou a jogar com a bola no chão e de pé em pé.
Resultado: três vitórias seguidas. Tudo bem que contra dois times na zona da degola, os campineiros da Ponte Preta (2 a 0) e os goianos do Atlético (3 a 1), além dos reservas do Grêmio (3 a 1). Mas sempre por dois gols de diferença, oito gols marcados e jogando bem.
O Santos, sem agradar, enfim venceu, verdade que na Vila Belmiro e contra o fraco Atlético-GO (1 a 0).
Ao menos, justificou o movimento dos jogadores para manter Levir Culpi, que ia sendo mais uma vítima da estupidez da cartolagem nacional.
Resta agora ao Corinthians administrar a pressão e jogar futebol contra o Botafogo. É claro que se empatar e mantiver sete pontos de vantagem não será mau resultado, mas está mais do que na hora de retomar a autoridade de quem quer ser um verdadeiro campeão e não apenas terminar o campeonato na frente, diferença sutil que o torcedor conhece, embora comemore igual.
Será divertido ver o jogo isolado desta noite, com o país inteiro torcendo pelo Botafogo, com exceção exatamente das duas maiores torcidas do país.
A corintiana por motivos óbvios e a do Flamengo que perderá o sexto lugar para o Botafogo caso o Glorioso vença.
SANGUE TRICOLOR
Sobrou ao São Paulo o que faltou ao Flamengo no Pacaembu com quase 33 mil torcedores: sangue.
É verdade que Lucas Pratto imitou Jô ao fazer um gol com o braço e apontar o peito.
Mas também é verdade que só um time quis vencer e, se ainda preocupa a irregularidade tricolor, surpreende a anemia rubro-negra, capaz de perder de 2 a 0 como se fosse a coisa mais normal do mundo.
ESPERANÇA RENOVADA
É sabido que desde a eliminação da seleção alemã na Eurocopa de 2000 os germânicos iniciaram uma verdadeira revolução em seu futebol a partir da base e não demoraram para colher os frutos.
Pois a seleção brasileira sub-17 eliminou a rival na Copa do Mundo da categoria que está sendo disputada na Índia, de virada, por 2 a 1 e poderia até ter goleado, tantas foram as chances desperdiçadas.
Trata-se de bom sinal.
Ganhar torneios desse tipo é o que menos importa e nada impede que o time venha a ser eliminado pela Inglaterra na semifinal.
Importa indicar caminhos, revelar futuro. E a exibição brasileira mostrou motivos para ter esperanças.
Na primeira fase, a seleção já havia vencido, também de virada, a Espanha, também por 2 a 1.
Prova de força psicológica repetida diante dos alemães, pois o time jogava melhor nos primeiros 20 minutos, havia mandado bola na trave e, fruto de uma pixotada (com o perdão da redundância), fez pênalti que valeu a abertura do placar.
Sentiu o baque, se recuperou e esmagou os adversários durante todo o segundo tempo, além de revelar surpreendente maturidade ao suportar a pressão final, quando a arbitragem exagerou ao dar oito minutos de acréscimos.
Há luz no fim do túnel.
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