Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Juca Kfouri

Neymar não evita derrota do PSG e vê Ronaldo protagonista

Jogo contra o Real significava o início da caminhada do atleta para ser o número 1

EM TEMPORADA de Copa do Mundo, a busca de protagonismo de Neymar para realizar seu objetivo de terminá-la como melhor jogador do planeta começou mais cedo do que desejável, porque veio com o embate precoce de duas das cinco maiores forças da Liga dos Campeões.

Enfrentar o Real Madrid, o Manchester City, o Bayern Munique ou o Barcelona era coisa para, no mínimo, as quartas de final.

Quis o sorteio definir para as oitavas, e no Santiago Bernabéu, que o primeiro enorme desafio do brasileiro fosse contra os donos da casa, atuais bicampeões mundiais.

Um Real Madrid açoitado pela desconfiança por causa de sua péssima campanha desde a vitória contra o Grêmio, eliminado da Copa do Rei da Espanha e em quarto lugar no Campeonato Espanhol.

Se o palco não era novidade para Neymar, o rival muito menos, enfrentado oito vezes por ele com a camisa do Barcelona, com quatro vitórias e três derrotas, duas delas, por 4 a 3 e 4 a 0, no estádio madridista.

Até esta quarta-feira (14), Neymar havia marcado três gols nos poderosos merengues.

A diferença fundamental estava na ausência de Lionel Messi a seu lado, embora tivesse, para o lugar de Luis Suárez, a companhia de outro uruguaio, Edinson Cavani.

A chance do protagonismo estava dada, diante do estádio lotado e sem nem uma vaga sequer na tribuna de imprensa, com 800 jornalistas credenciados de mais de 200 veículos, além de 52 posições para rádios e TVs.

Com a bola no pé, a cada vez que a tinha, infernizou a defesa merengue, embora individualista, duas vezes optando por chutar em vez de passar para companheiros mais bem colocados, como Cavani e Mbappé.

Sem a bola, no 14º minuto, uma desnecessária pegada por trás em Nacho valeu cartão amarelo.

Ele apanha muito mais que bate, mas precisa deixar a irritação em casa e, eventualmente, bater com mais discrição.

Do outro lado, no primeiro tempo, Cristiano Ronaldo teve três boas chances de gol e as desperdiçou até empatar.

Quando o intervalo chegou num embate digno de ser visto ajoelhado, o empate em 1 a 1 prevalecia e era justo, gols de Rabiot e de Cristiano Ronaldo, de pênalti, infantilmente cometido por Lo Celso.

Neymar não brilhava nem decepcionava e ainda tinha 45 minutos para protagonizar.

Disposto mesmo a mostrar que é grande, o PSG iniciou o segundo tempo mais agressivo que o rival.

Neymar buscava ainda mais a bola ao sair da esquerda para o meio e, às vezes, até pela direita. Faltava encontrar o momento decisivo para passar ou marcar.

O gol francês não saía por detalhe e desperdiçar chances contra quem tem Cristiano Ronaldo, Bale e companhia é um perigo.

Tanto que o português virou o placar em lance típico de centroavante para ganhar o duelo com Neymar que, em seu primeiro passo em busca do lugar mais alto do pódio, tropeçou.

Dos brasileiros de Tite, Marcelo jogou uma partida exuberante e ainda fez o 3 a 1.

Marquinhos foi muito bem, Daniel Alves fez bom segundo tempo e Casemiro esteve em noite discreta.

O tropeço de Neymar tem conserto, desde que ganhe o jogo de volta, em Paris, no dia 6 de março.

Você acredita?

Eu não.

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