Diz o folclore do futebol que João Mendonça Falcão, homem que presidiu a Federação Paulista de Futebol nos anos 1960, chamava os belgas de belgicanos. Folclore ou mera brincadeira, fato é que o time noir-jaune-rouge não se intimidou com os campeões mundiais de 1998 e partiu para cima da equipe bleu-blanc-rouge.
A Bélgica tinha Hazard endiabrado, e a França, a sorte de contar com o goleiro Lloris em noite abençoada por São Petersburgo. Os belgicanos, quer dizer, os belgas atacavam como faca afiada e se defendiam como armaduras de aço. O jogo cumpria com a expectativa criada e só não permitia erros. Como o time vermelho tinha mais a bola, também errava mais passes e entregava lances agudos dos franceses. Aí era Courtois quem aparecia.
E Griezmann não ficava atrás de Hazard. O 0 a 0 do primeiro tempo foi daqueles raros capazes de encantar o torcedor. Só que o gol é necessário, como ensinou Paulo Mendes Campos.
Umtiti sabia e aproveitou o escanteio cobrado por Griezmann para botar a França na frente nem bem o segundo tempo começou. A Bélgica foi para cima e o jogo que era bom ficou eletrizante, mas os gauleses souberam segurar sua vitória de gala. Já imaginou França x Inglaterra na casa de Putin? Era tudo que ele não queria.
O pior da atitude paternalista de Edu Gaspar em relação a Neymar nem foi a entrevista em si. O ruim mesmo é perceber que o jogador seguirá fazendo o que bem entender, rolará pelos gramados, não dará satisfação para seus atos, terá o papai sempre por perto nas concentrações da seleção brasileira e os outros que se lasquem, porque "o menino que não é mais um menino" não encontra ninguém com autoridade para fazê-lo crescer. Neymar virou piada mundial e sinônimo de cair.
Alguém precisa ajudá-lo a se levantar e, ao que tudo indica, não será Edu Gaspar. O que rima, mas não soluciona.
Renato Augusto foi uma aposta de Tite que não deu certo, como outros jogadores que não estavam 100% fisicamente. Mas ele fez o gol brasileiro contra a Bélgica e, por centímetros, deixou de empatar o jogo. Teria virado herói se empatasse e depois a seleção garantisse a vaga. Dispensa-se o argumento de que o se não joga, por pedestre em demasia. Constate-se, apenas, como tudo depende do resultado.
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