Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Juca Kfouri

Quatro pontos é vantagem acima da margem de erro. Palmeiras campeão?

Longe de encantar, time alviverde trouxe para casa o ponto buscado

Jogadores do Palmeiras comemoram o gol marcado por Dudu no duelo contra o Flamengo - Ricardo Moraes/Reuters

O Palmeiras viajou da Bombonera ao Maracanã disposto a manter a diferença de quatro pontos que o separa do Flamengo e de cinco que o distancia do Inter.

Conseguiu.

Deixou em Buenos Aires o trauma da derrota para o Boca Juniors e jogou ao seu estilo no Rio de Janeiro.

Longe de encantar, porque não é o seu propósito, trouxe para casa o ponto buscado e a tranquilidade necessários para enfrentar as sete rodadas restantes neste Brasileirão.

Terá apenas duas paradas realmente duras, em casa contra o Santos e, fora, contra o Atlético-MG, exatamente as próximas.

Porque Fluminense, América e Vitória na casa verde, e Paraná e Vasco, na Vila Capanema e em São Januário, não podem ser obstáculos ao título. 

Deu a bola ao Flamengo e mesmo diante de um time que havia feito dez gols sem sofrer nenhum, e mais de 65 mil torcedores, saiu na frente, sofreu o empate e apenas mais um grande risco de levar a virada, bizarramente desperdiçada por Lucas Paquetá.

Será preciso um tsunami para evitar o sexto título do Brasileirão, que deveria ser, na verdade, o oitavo, com os dois Robertões vencidos em 1967 e 1969, e apenas eles, porque Taça Brasil era outra coisa. 

Outra coisa, registre-se com ênfase, de igual importância, mas outra coisa, como o ar e a água são essenciais, e diferentes.

Quis a Casa Bandida do Futebol, em seu infinito desprezo pela história do nosso futebol, igualar torneios desiguais.

Por que, então, não somar também as Copas do Brasil?

Seriam 13 os títulos alviverdes, se o de 2018 vier como tudo indica que virá.

Mas voltemos ao jogo decisivo disputado contra o Flamengo.

O mais importante a destacar está na maneira como a derrota na Libertadores não entrou no gramado, o que permite um certo otimismo sobre o jogo de volta.

Agora restará fazer arena alviverde pulsar. 

Verde que te quero verde!

Na arena alvinegra

Pois foi o apoio da Fiel encharcada o responsável pela vitória do Corinthians sobre o Bahia, depois de o iluminado Danilo abrir o placar com o pé, permitir o empate com a mão num pênalti tolo e devolver a vitória por 2 a 1 de bicicleta, a três minutos do fim do jogo.

Aos 39 anos, e como substituto do quarentão Emerson Sheik, Danilo viveu mais uma página gloriosa.

Provavelmente não a viveria caso a Fiel em peso, mais de 35 mil loucos, em vez de respaldar o time, tivesse vaiado ao acontecer o empate aparentemente definitivo.

Como tem de ser ainda até o fim deste preocupante Brasileirão para seu atual campeão, no peito e na raça.

Tricolores na Libertadores

Aos trancos e barrancos, ainda mais aos barrancos que aos trancos, o São Paulo foi à Bahia, ganhou do Nêgo pela contagem mínima e achou o máximo, porque era a única coisa que tinha de fazer no Barradão.

Pode pensar seriamente no que lhe resta e não é pouco: uma vaga direta na Libertadores.

Aí, bem planejado para 2019, deverá mostrar a força de quem é tricampeão continental. 
Santos, Santos, Santos

Parecia impossível fazer um gol apesar de 22 tentativas na Vila Belmiro contra o acovardado Fluminense.

Só conseguiu fazer 1 a 0 de pênalti com o artilheiro Gabigol, minutos depois dele mesmo ter desperdiçado uma chance inacreditável, e a seis do fim do jogo.

Aí, quase tão inacreditável como, o Santos fez mais dois gols, aos 42 e 43 minutos.
 

E não é que também outro tricampeão pode pensar na Libertadores?

Cuca veio para salvar da queda e achou pouco.

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