Quando o primeiro tempo do Majestoso 340 chegou ao 40° minuto, pensei com meus botões embora visse o jogo de camiseta: “Está exatamente como previsto aqui”.
O modorrento 0 a 0 materializava o empate que entre mortos e feridos salvaria corintianos e são-paulinos.
De resto, o de sempre: ligações diretas, bolas alçadas na área, passes errados, zero de criatividade, apenas uma defesa dos goleiros, nem risco de chance de gol.
Uma pelada vista por muito mais corintianos do que o clássico merecia antes de começar e até ali.
Aí, Pedrinho deu o primeiro chute no gol tricolor e Tiago Volpi fez boa defesa. Uuh!
Verdade que o lance nasceu de um cruzamento de Clayson depois que a bola havia ultrapassado a linha de fundo.
Em seguida, em cobrança do escanteio originado na defesa de Volpi, pela direita, batido por Sornoza, Manoel abriu o marcador de cabeça, na única possibilidade de sair gol, em bola parada.
Mesmo sem brilhar, o equatoriano Sornoza vai se tornando o melhor garçom alvinegro.
Como o São Paulo perdia pela 7ª vez em sua 10ª visita à Arena Corinthians, onde jamais vencera, esperava-se um 2º tempo, ao menos, mais emocionante.
Bom futebol seria pedir demais, por incrível que pareça.
Esperava-se o São Paulo mais agressivo, o Corinthians defendendo o resultado e assim aconteceu, até que, outra vez de bola parada, no mesmo lado e em novo escanteio, Pablo cabeceou na primeira trave a cobrança de Reinaldo e empatou 1 a 1.
Estavam todos salvos outra vez.
Verdade que o escanteio do empate foi causado por falta de Antony em Danilo Avelar.
Num jogo de tantos erros o assoprador de apito e seu levantador de bandeirinhas não poderiam faltar.
O que obrigou o dono da casa a tentar jogar outra vez até que Volpi perdeu disputa fácil com Vagner Love e a bola sobrou para Gustagol fazer 2 a 1 mesmo errando o arremate.
Sim, de erro em erro o placar se construía para alegria de 42 mil fiéis certos de que a freguesia seguiria.
O túmulo do futebol
O Maracanã virou o túmulo do futebol até os 30 minutos da decisão da Taça Guanabara quando, enfim, os torcedores, que encontraram os portões do estádio fechado, puderam entrar para ver Fluminense e Vasco.
Por uma querela ridícula sobre o setor em que cada torcida veria a final, e depois do presidente cruzmaltino dizer que não cumpriria uma decisão judicial e o tricolor convocar a torcida para guerra, a Justiça decidiu fazer a partida sem torcida em atendimento a pedido do Fluminense.
Era o clímax que algumas autoridades sonham depois da invenção da torcida única: a paz dos cemitérios.
O resultado do jogo? Quem levou a taça?
Ora, não tem a menor importância.
Vale apenas registrar as condolências ao futebol carioca e brasileiro.
Não bastassem Sérgio Cabral, Wilson Witzel, Ninho do Urubu, bandidos e milicianos, que são sinônimos, Maracanã fechado em domingo de decisão.
Como nada é sério nem mesmo nas decisões judiciais, ali pelos 30 minutos de jogo os portões foram abertos e 26 mil torcedores, maioria esmagadora de vascaínos, puderam ver o fim do primeiro tempo e o segundo, com o Fluminense muito melhor ao criar quatro chances claras de gol, mas vítima de um cruzamento que tomou direção incerta e terminou no fundo do gol, para dar o título ao Vasco.
OK, não consegui deixar de informar o resultado do jogo.
Mas deveria ter conseguido.
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